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Publicada em 21 de Novembro de 2024 às 01:25

Lula e Xi Jinping assinam acordos em 37 áreas

Líder chinês foi recebido ontem por Lula no Palácio da Alvorada

Líder chinês foi recebido ontem por Lula no Palácio da Alvorada

Ricardo Stuckert/PR/JC
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Folhapress
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem, durante visita do líder da China, Xi Jinping, que os dois países colocam o diálogo em primeiro lugar num mundo de conflitos. O dirigente chinês, por sua vez, defendeu "verdadeiro multilateralismo" e disse que Brasil e China vão estar juntos na busca de desenvolvimento, ao invés de confrontação e hegemonia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem, durante visita do líder da China, Xi Jinping, que os dois países colocam o diálogo em primeiro lugar num mundo de conflitos. O dirigente chinês, por sua vez, defendeu "verdadeiro multilateralismo" e disse que Brasil e China vão estar juntos na busca de desenvolvimento, ao invés de confrontação e hegemonia.
As declarações foram feitas durante pronunciamento à imprensa no Palácio da Alvorada, após assinatura de acordos. "Em mundo de conflitos armados e tensões geopolíticas, China e Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro lugar", disse Lula.
Em seguida, Xi Jinping afirmou que "a China está disposta a trabalhar com o Brasil para substanciar constantemente a comunidade de futuro compartilhado China-Brasil e defender firmemente o verdadeiro multilateralismo. ".
Em sua fala, Jinping afirmou ainda que o mundo está "longe de ser tranquilo" e destacou comércio entre os dois. Lula, por sua vez, destacou sobretudo as relações de comércio, e disse que a parceria "excederá expectativas". Apesar das pressões chinesas nos últimos meses, o governo brasileiro não declarou adesão formal à Nova Rota da Seda - guarda-chuva de projetos de investimentos chineses.
Apesar disso, os dois líderes assinaram uma série de acordos, ressaltando, como as duas partes vinham dizendo em declarações sobre o assunto, "sinergias das estratégias de desenvolvimento" dos dois países -incluindo a Nova Rota da Seda, pelo lado chinês, e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) brasileiro.
Foram assinados 37 documentos, que tratam da abertura de mercado para produtos agrícolas, intercâmbio educacional, cooperação tecnológica, comércio e investimentos, infraestrutura, indústria energia, mineração, finanças, comunicações, desenvolvimento sustentável, turismo, esportes, saúde e cultura.
O ingresso brasileiro formal na Nova Rota da Seda seria uma sinalização política negativa aos EUA, rival geopolítico da China e que terá na Casa Branca a partir de janeiro Donald Trump, favorável a sanções e tarifas para isolar Pequim do mercado global.
Os dois líderes falaram a respeito de conflitos mundiais. Jinping afirmou que vinha enfatizando que "não existe solução simples para assuntos complexos" ao falar sobre Ucrânia. Ele afirmou que China e Brasil tinham entendimentos comuns sobre uma solução política para o conflito.
O líder chinês mencionou ainda a guerra na Faixa de Gaza, dizendo que se preocupa com a situação na região e que a comunidade internacional precisa se empenhar mais para solucionar o conflito. "Para resolver a crise atual é preciso focar na Palestina, que é a causa raiz", disse, citando a solução de dois Estados para a região.
A questão é cara ao presidente Lula, que tem defendido um cessar-fogo na Faixa de Gaza e entrou em rota de colisão com Israel desde o início do conflito, inclusive sendo declarado "persona non grata"no país. O brasileiro, no entanto, não mencionou a situação no Oriente Médio durante sua declaração.
Xi ainda teve um jantar em sua homenagem no Palácio do Itamaraty, no fim do dia, com convidados do governo, empresários e representantes da sociedade civil.

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