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Publicada em 20 de Novembro de 2024 às 11:09

Xi Jinping encontra Lula no Palácio da Alvorada para reuniões e homenagens

Xi Jinping foi recebido por Lula, em cerimônia para chefes de Estado, no Palácio da Alvorada

Xi Jinping foi recebido por Lula, em cerimônia para chefes de Estado, no Palácio da Alvorada

EVARISTO SA/AFP/JC
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Agências
O presidente chinês, Xi Jinping, chegou na manhã desta quarta-feira (20) no Palácio da Alvorada e foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. Depois da cerimônia de chegada, os dois presidentes seguiram para reunião bilateral. 
O presidente chinês, Xi Jinping, chegou na manhã desta quarta-feira (20) no Palácio da Alvorada e foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. Depois da cerimônia de chegada, os dois presidentes seguiram para reunião bilateral. 
O dirigente chinês terá ainda um jantar em sua homenagem no Palácio do Itamaraty, no fim do dia, com convidados do governo, empresários e representantes da sociedade civil. A recepção no Alvorada é incomum. O local é de mais difícil acesso, distante de outros prédios e com o hotel onde está hospedado o chinês a cerca de 1km.
A visita de Xi Jinping, que chegou do Rio de Janeiro a Brasília na véspera, envolveu questões de segurança como reservar o hotel inteiro para sua delegação. Como a Folha mostrou, apesar das pressões chinesas nos últimos meses, o governo brasileiro não deve assinar a Nova Rota da Seda -guarda-chuva de projetos de investimentos chineses. Apesar disso, serão assinados mais de uma dezena de acordos nesta que é a visita mais esperada do ano a Lula.
A China já é principal parceiro comercial do Brasil e, diante da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos -que prometeu tarifas e outras medidas protecionistas antes de ser eleito-, o fortalecimento da relação entre Pequim e Brasília tornou-se ainda mais necessário.
O anúncio da entrada do Brasil no projeto chinês de investimentos é há anos uma demanda da China que permeou a discussão de acordos entre os países e dividiu o governo brasileiro. Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, Xi falou em "reforço das sinergias entre a Iniciativa Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento do Brasil, no único parágrafo que mencionava a Nova Rota da Seda.
"No contexto de evolução rápida da nova rodada da revolução científica e tecnológica e transformação industrial, os nossos países devem agarrar as oportunidades futuras. Vamos promover continuamente o reforço das sinergias entre a Iniciativa Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento do Brasil, fortalecer constantemente a natureza estratégica, global e criativa da cooperação mutuamente benéfica China-Brasil, criar mais projetos exemplares que atendam a demandas futuras e trazem benefícios duradouros aos povos, e impulsionar o desenvolvimento comum dos nossos países e das nossas regiões", escreveu Xi.
No artigo, o líder chinês afirmou ainda que os dois países "entendem e apoiam os caminhos de desenvolvimento que o povo chinês e o povo brasileiro escolheram". Xi esteve no Brasil pela última vez em 2019, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), para a cúpula do Brics, em Brasília.
A visita do dirigente em 2024 coroa as comemorações dos 50 anos de relações diplomáticas Brasil-China e era vista como a oportunidade ideal para eventual anúncio do ingresso do Brasil na Iniciativa Cinturão e Rota, outra denominação para a Nova Rota da Seda.
Em abril, Lula fez uma visita de Estado a Xi, da qual saiu com 15 acordos assinados e afirmando que ninguém iria "proibir que o Brasil aprimore a sua relação com a China". A adesão à iniciativa, no entanto, não foi efetivada.
Em seguida, em junho, uma comitiva de ministros liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin com dezenas de empresários brasileiros foi à China para se reunir com altas autoridades e empresários do país asiático, como o chanceler Wang Yi -também no Brasil para a visita de Xi e o encontro do G20, ocorrido no Rio.
Alckmin negou que a comitiva iria formalizar a adesão brasileira ao projeto, apesar de dizer que o tema estava em discussão. A negativa foi uma resposta a publicação do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), dizendo que o grupo foi a Pequim para finalizar as tratativas.

Itens mais exportados pelo Brasil para a China

1. Soja: US$ 169,2 bilhões
2. Minério de ferro e seus concentrados, não aglomerado: US$ 113,9 bilhões
3. Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos, cruds: US$ 94,9 bilhões
4. Carne de gado bovino congelada, desossada: US$ 29,15 bilhões
5. Pastas químicas de madeira, ao bissulfito, exceto pastas para dissolução, não-coníferas: US$ 17,4 bilhões
6. Açúcar de cana, em bruto: US$ 8,9 bilhões
7. Cortes de aves ou outros despojos, congelados: US$ 7,78 bilhões
8. Algodão (exceto fios), não cardado nem penteado: US$ 6,8 bilhões
9. Ferro-ligas: US$ 5,3 bilhões
10. Minérios de cobre e seus concentrados: US$ 2,76 bilhões

Itens mais importados pelo Brasil da China

1. Dispositivos fotossensíveis semicondutores; diodos emissores de luz: US$ 16,9 bilhões
2. Peças: US$ 8,2 bilhões
3. Herbicidas, inibidores de germinação e reguladores de crescimento para plantas: US$ 6,9 bilhões
4. Conversores estáticos (por exemplo, retificadores): US$ 4,85 bilhões
5. Veículos automóveis para transporte de pessoas: US$ 4,55 bilhões
6. Peças e acessórios (exceto estojos, capas e semelhantes) exclusiva ou principalmente destinados às
máquinas do grupo 752: US$ 4,53 bilhões
7. Processadores e controladores, mesmo combinados com memórias, conversores, circuitos lógicos, amplificadores, circuitos temporizadores e de sincronização, outros circuitos: US$ 4,2 bilhões
8. Sulfato de amônio: US$ 4 bilhões
9. Outros aparelhos para transmissão ou recepção de voz, imagens ou outros dados, incluindo os aparelhos para comunicação em redes por fio ou sem fio (tais como uma rede local ou de longa distância): US$ 4 bilhões
10. Meios magnéticos: US$ 2,65 bilhões

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