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Publicada em 19 de Novembro de 2024 às 18:37

Brasil passa presidência do G20 para África do Sul, com expectativa de manter legado

Lula desejou sucesso ao presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, na passagem do bastão

Lula desejou sucesso ao presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, na passagem do bastão

RICARDO STUCKERT/AFP/JC
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Folhapress
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou simbolicamente na tarde desta terça-feira (19) a presidência do G20 para a África do Sul, em uma cerimônia no Rio de Janeiro, que também marcou o encerramento da cúpula de chefes de Estado. Oficialmente, os sul-africanos assumem o posto no dia 1º de dezembro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou simbolicamente na tarde desta terça-feira (19) a presidência do G20 para a África do Sul, em uma cerimônia no Rio de Janeiro, que também marcou o encerramento da cúpula de chefes de Estado. Oficialmente, os sul-africanos assumem o posto no dia 1º de dezembro.
Na passagem de bastão, Lula fez um balanço das atividades no Brasil e desejou sucesso ao presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, ressaltando no discurso os laços históricos entre a América Latina e a África.
"Depois da presidência sul-africana, todos os países do G20 terão exercido pelo menos uma vez a liderança do grupo. Será um momento propício para avaliar o papel que desempenhamos até agora e como devemos atuar daqui em diante. Temos a responsabilidade de fazer o melhor", disse.
A liderança brasileira do G20 começou no dia 1º de dezembro do ano passado. No total, foram realizadas 24 reuniões de nível ministerial e outras 110 de nível técnico, em diferentes cidades brasileiras. "Voltamos a adotar declarações consensuais em quase todos os grupos de trabalho. Deixamos a lição de que, quanto maior for a interação entre as trilhas de sherpas [negociadores] e de finanças, maiores e mais significativos serão o resultado dos nossos trabalhos", disse Lula na sessão de encerramento.
Após 12 meses de reuniões técnicas e ministeriais, que culminou nos dois dias de encontros com líderes mundiais, o Brasil avalia que conseguiu emplacar sua agenda e deixou algumas marcas no bloco. A expectativa do governo Lula é que as contribuições brasileiras sejam levadas adiante, considerando que, em 2026, a presidência rotativa do bloco ficará nas mãos dos Estados Unidos, de Donald Trump.
O bloco chegou ao seu evento final, a cúpula de chefes de Estado, ainda dividido nas negociações para o comunicado final. Os principais pontos de discórdia eram as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Além disso, havia uma ofensiva argentina contra a pauta mais progressistas, em particular a menção à igualdade de gênero e empoderamento feminino.
Os delegados, orientados pelo presidente ultraliberal Javier Milei, se opunham inicialmente à menção à proposta de taxação dos super-ricos, uma das bandeiras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No fim, o presidente argentino informou que iria assinar o documento final do encontro, mas que marcaria sua oposição a trechos da declaração.
Além da questão argentina, outro tema que manteve as negociações do comunicado oficial em suspense até as últimas horas foi a questão geopolítica na Ucrânia e no Oriente Médio. O comunicado final deu um peso maior para o conflito na Faixa de Gaza e no Líbano do que para a guerra no Leste da Europa.
Na declaração, o G20 destacou o imenso sofrimento humano e os impactos adversos causados por guerras e conflitos ao redor do mundo. Os líderes disseram ainda que existe uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e citaram a escalada no Líbano.

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