O presidente eleito Donald Trump insinuou nesta segunda-feira (18) que pode declarar estado de emergência e usar militares para pôr em prática seu plano de deportar imigrantes em situação irregular nos Estados Unidos.
O republicano confirmou a ideia na sua rede social, Truth Social, ao responder a uma publicação do ativista americano Tom Fitton, seu apoiador. "Relatos indicam que a administração de Donald Trump está se preparando para declarar um estado de emergência nacional e usará recursos militares para reverter a "invasão Biden" [insinuando que o atual presidente facilitou a entrada de imigrantes] por meio de um programa de deportação em massa", escreveu Fitton. Trump replicou a mensagem e escreveu: "Verdade!!!.
O republicano já afirmou que o plano de expulsar imigrantes do país será uma de suas prioridades à frente do governo. Ele também indicou que irá nomear dois nomes linha-dura para atuar na área.
Trump afirmou que Tom Homan comandará o Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE, na sigla em inglês), órgão responsável pelas fronteiras americanas, e Stephen Miller, um dos seus principais assessores e um dos arquitetos da ideia de deportação em massa, será vice-chefe de gabinete para política da Casa Branca.
Homan comandou o serviço de migração no início do primeiro mandato de Trump e foi um dos primeiros defensores da separação de famílias para dissuadir os migrantes - política que se tornou um escândalo durante a administração do republicano. Ao longo de sua gestão, quase 4.000 crianças migrantes foram separadas de seus pais, enviados para detenção. O presidente eleito prometeu ao longo da campanha fazer a maior operação de deportação da história dos EUA. Ele afirmou no período pré-eleitoral que os imigrantes em situação irregular "envenenam o sangue do país".
Pesquisa da Pew Research Center, de julho de 2024, aponta que há cerca de 11 milhões de imigrantes em situação irregular no país. Homan tem dito que usará apenas os recursos da diretoria de imigração para dar conta das deportações e que usará uma "abordagem humana" e dentro da lei. A confirmação de Trump de que pode usar militares, no entanto, vai de encontro ao que o futuro diretor da área diz e amplia o receio de movimentos que atuam a favor de imigrantes no país.
Analistas temem que Homan não só use uma abordagem hostil nas deportações, mas expanda a ideia de deportar imigrantes que tenham cometido crimes nos Estados Unidos e no exterior - os quais Trump diz que irá expulsar primeiro - para mandar embora também quem tenha cometido infrações menores.
Folhapress