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Publicada em 18 de Novembro de 2024 às 12:39

Lula chama fome de chaga da humanidade e pede "coragem de agir" ao G20

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na reunião de abertura da cúpula do G20

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na reunião de abertura da cúpula do G20

Tomaz Silva/Agência Brasil/Divulgação/JC
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Folhapress
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou os membros do G20 para que sejam mais atuantes para acabar com a fome no mundo, pedindo que os líderes tenham "coragem de agir". Lula também chamou a fome de "chaga que envergonha a humanidade" e acrescentou que é inaceitável que essa condição persista, em um planeta que tem gastos militares na ordem de US$ 2,4 trilhões. O presidente do Brasil discursou nesta segunda-feira (18) na abertura da cúpula de chefes de estado do G20, no Rio de Janeiro. O bloco reúne as maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou os membros do G20 para que sejam mais atuantes para acabar com a fome no mundo, pedindo que os líderes tenham "coragem de agir". Lula também chamou a fome de "chaga que envergonha a humanidade" e acrescentou que é inaceitável que essa condição persista, em um planeta que tem gastos militares na ordem de US$ 2,4 trilhões. O presidente do Brasil discursou nesta segunda-feira (18) na abertura da cúpula de chefes de estado do G20, no Rio de Janeiro. O bloco reúne as maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.
"O G20 representa 85% dos US$ 110 trilhões do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Também responde por 75% dos US$ 32 trilhões do comércio de bens e serviços e dois terços dos oito bilhões de habitantes do planeta. Compete aos que estão de volta nesta mesa, a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade. Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma aliança global contra a fome e a pobreza", afirmou o presidente.
O Brasil ocupa neste ano a presidência do bloco, que teve cerca de 150 reuniões de nível técnico e ministerial, em diferentes cidades brasileiras. O evento foi aberto com a sessão para discutir o combate à fome e à pobreza, quando também foi lançada a Aliança Global Contra a Fome, uma iniciativa da presidência brasileira para enfrentar o problema. "A Aliança nasce no G20, mas seu destino é global. Que esta cúpula seja marcada pela coragem de agir", disse o presidente.
Lula citou número da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) que apontam um contingente de 733 milhões de pessoas ainda subnutridas. "Em um mundo que produz quase 6 bilhões de toneladas de alimentos por ano, isso é inadmissível. Em um mundo cujos gastos militares chegam a 2,4 trilhões de dólares, isso é inaceitável", declarou.
Em sua fala, o brasileiro lembrou que participou pela primeira vez do G20 em 2008, em Washington, e que constatou agora, passados 16 anos, que "o mundo está pior". "Temos o maior número de conflitos armados desde a 2ª Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada. Os fenômenos climáticos extremos mostram seus efeitos devastadores em todos os cantos do planeta. Há desigualdades sociais, raciais e de gênero", afirmou.
A cúpula dos chefes de estado tem início em meio aos impasses e tensas discussões entre os negociadores dos países para a elaboração de um comunicado conjunto. A guerra na Ucrânia é um dos principais impasses. A pressão sobre a presidência brasileira aumentou nos últimos dias, com a recente escalada no conflito, com líderes europeus exigindo uma condenação mais forte das ações russas.
Além disso, a delegação argentina, orientada pelo presidente da Argentina, Javier Milei, passou a bloquear vários temas da negociação e ameaça a divulgação de um comunicado conjunto. Um dos pontos de oposição argentina é a proposta de taxação de grandes fortunas.

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