A China está disposta "a fortalecer a comunicação, expandir a cooperação e superar diferenças com os Estados Unidos, de acordo com os princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação com ganhos para ambos os lados", afirmou He Yongqian, porta-voz do Ministério de Comércio, nesta quinta-feira, um dia após a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA.
Em coletiva de imprensa, o porta-voz disse ainda que Pequim deseja "conduzir conjuntamente o desenvolvimento das relações econômicas e comerciais entre China e EUA em uma direção estável, saudável e sustentável, para melhor beneficiar ambos os países e também o mundo", ao ser perguntado sobre como o ministério pretende a reagir a eventuais tarifas dos EUA a produtos chineses. Durante a campanha eleitoral, Trump ameaçou impor tarifas de 60% a importações chinesas.
O líder chinês, Xi Jinping, parabenizou Trump, nesta quinta-feira (7). Ele afirmou que Washington e Pequim devem encontrar a "maneira correta" de conviver. "A história demonstrou que China e EUA se beneficiam com a cooperação e sofrem com a confrontação", afirmou. Por isso, as duas nações "devem reforçar o diálogo e a comunicação, gerenciar adequadamente as diferenças, expandir a cooperação mutuamente benéfica e encontrar a maneira correta para que China e EUA se deem bem."
A vitória de Trump ressuscita temores de uma nova guerra comercial entre os dois países. Em seu primeiro mandato, o republicano impôs tarifas à nação asiática, que respondeu com taxas retaliatórias, em um movimento que afetou a economia global. Agora, o americano prometeu adotar tarifas ainda mais rígidas.
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira, com as da China e de Hong Kong saltando mais de 2%, em meio a expectativas de que Pequim intensifique estímulos fiscais após a vitória do republicano.
O triunfo de Trump gerou expectativas de que o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo da China lance um agressivo pacote de estímulos fiscais ao fim de uma reunião que será concluída nesta sexta-feira. Dados de exportação da China também contribuíram na quinta-feira para o apetite por risco em Xangai, Shenzhen e Hong Kong.