O governo de Cuba anunciou que parte da eletricidade foi restaurada no país na noite de sábado (19) após o país sofrer o pior apagão elétrico nos últimos dois anos. Milhões de pessoas ficaram sem eletricidade por dois dias.
O ministro da Energia de Cuba, Vicente de la O Levy, disse que o país tinha 500 megawatts em sua rede elétrica na manhã de sábado, em comparação com os 3 gigawatts normalmente gerados. Em uma publicação na rede social X, antigo Twitter, Levy apontou que "várias subestações no oeste agora têm eletricidade".
Levy disse ainda que duas termelétricas retornaram o funcionamento e mais duas retomarão suas operações "nas próximas horas". Metade do país ficou no escuro na noite de quinta-feira (17). Na sexta-feira (18) toda a ilha estava sem luz.
Impacto
As ruas da capital cubana, onde vivem 2 milhões de pessoas, estavam silenciosas no sábado, com poucos carros passando depois de uma noite iluminada por velas e lâmpadas. O impacto do apagão vai além da iluminação, uma vez que serviços como o abastecimento de água também dependem de eletricidade.
O apagão foi considerado o pior em Cuba em dois anos, depois que um furacão de categoria 3 danificou instalações de energia e levou dias para o governo consertá-las. Este ano, algumas casas passaram até oito horas por dia sem eletricidade.
Não há estimativa oficial de quando a energia retornará completamente. Mesmo em um país que está habituado a cortes de energia como parte de uma crise econômica cada vez mais profunda, o colapso de sexta-feira foi enorme.
A energia elétrica na ilha é gerada por meio de oito termoelétricas antigas, que, em alguns casos, apresentam avarias ou estão em manutenção, além de sete unidade flutuantes - que o governo arrenda de empresas turcas.
Medidas de emergência
O governo cubano anunciou medidas de emergência para reduzir a procura de eletricidade, incluindo a suspensão de aulas em escolas e universidades, o cancelamento de alguns locais de trabalho estatais e de serviços não essenciais.
As autoridades locais disseram que a interrupção, que começou em pequena escala na quinta-feira, resultou do aumento da demanda de pequenas e médias empresas e de aparelhos de ar condicionado residenciais.
Cuba atravessa uma crise com falta de alimentos, remédios e apagões crônicos que limitam o desenvolvimento das atividades produtivas, além de uma inflação galopante nos últimos anos.