Israel realizou nesta segunda-feira (23) o mais amplo ataque aéreo contra o Líbano, atingindo centenas de alvos que seriam bases do Hezbollah. Os bombardeios deixaram pelo menos 100 mortos e 400 feridos, incluindo mulheres, crianças e médicos, segundo o Ministério da Saúde do país.
A ofensiva dá continuidade a uma semana de tensão entre Tel Aviv e o grupo extremista, que trocam agressões desde outubro do ano passado, quando começou a guerra na Faixa de Gaza. "Estamos aprofundando nossos ataques no Líbano, as ações continuarão até alcançarmos nosso objetivo de devolver os residentes do norte com segurança para suas casas", disse o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em um vídeo publicado por seu gabinete.
Os confrontos, que nos últimos meses se concentraram na fronteira entre os dois países, deixaram dezenas de milhares de deslocados e centenas de mortos na região, a maioria na parte libanesa. Em julho e, novamente, na semana passada, porém, o conflito atingiu Beirute.
Na sexta (20), os mais intensos bombardeios de Israel contra o Líbano até então atingiram um prédio residencial nos subúrbios da capital, onde estava Ibrahim Aqil, membro de alto escalão do Hezbollah, segundo Tel Aviv. Ao menos 45 pessoas morreram no ataque, segundo o MInistério da Saúde do Líbano.
Agora, o porta-voz do exército israelense, Avichay Adraee, disse em um post no X que mais de 300 alvos do Hezbollah foram atingidos.
Agora, o porta-voz do exército israelense, Avichay Adraee, disse em um post no X que mais de 300 alvos do Hezbollah foram atingidos.
Uma fonte do Hezbollah, que pediu anonimato, detalhou que os ataques no vale do Becá foram dirigidos contra o leste e oeste da região. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou um "plano de destruição" realizado por Israel, cujo exército disse que lançou cerca de 150 ataques contra alvos do Hezbollah no Líbano.
"A agressão persistente de Israel contra o Líbano é uma guerra de extermínio em todos os aspectos, um plano de destruição que busca pulverizar os povos e cidades libanesas", declarou Mikati em um comunicado, no qual chamou a ONU e os "países influentes" a "dissuadir a agressão". O Exército israelense aconselhou, na madrugada desta segunda, a população libanesa a "se afastar" das posições do Hezbollah no sul do país e advertiu que continuará lançando bombardeios mais "importantes e precisos" contra o grupo islamista pró-iraniano.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse no domingo (22) que seu país atingiu o grupo armado libanês Hezbollah "de formas que eles não poderiam imaginar". "Se eles ainda não entenderam o recado, eu prometo, eles vão entender", afirmou o premiê. No mesmo dia, o vice-secretário geral do Hezbollah, Naim Qassem, havia dito que o grupo entrou em uma nova etapa do conflito com Israel, que agora se trata de "uma batalha imprevisível de acerto de contas".
Folhapress