Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 08 de Setembro de 2024 às 12:29

Edmundo González deixa a Venezuela e recebe asilo na Espanha

Edmundo González é acusado pelo governo venezuelano de crimes de conspiração e sabotagem ao sistema

Edmundo González é acusado pelo governo venezuelano de crimes de conspiração e sabotagem ao sistema

Gabriela Oraa/AFP/JC
Compartilhe:
Agência Brasil
Um avião da Força Aérea da Espanha retirou o opositor Edmundo González Urrutia da Venezuela com destino à Espanha, em um acordo com o governo de Nicolás Maduro para conceder asilo ao político que contestou o resultado eleitoral que deu a reeleição a Maduro no dia 28 de julho. Sua madrinha política, Maria Corina Machado, informou que ele chegou no país europeu na manhã deste domingo (8). A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, informou no sábado (7) que o governo concedeu asilo político a Edmundo Urrutia após ele se refugiar durante dias na embaixada da Espanha em Caracas.
Um avião da Força Aérea da Espanha retirou o opositor Edmundo González Urrutia da Venezuela com destino à Espanha, em um acordo com o governo de Nicolás Maduro para conceder asilo ao político que contestou o resultado eleitoral que deu a reeleição a Maduro no dia 28 de julho. Sua madrinha política, Maria Corina Machado, informou que ele chegou no país europeu na manhã deste domingo (8). A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, informou no sábado (7) que o governo concedeu asilo político a Edmundo Urrutia após ele se refugiar durante dias na embaixada da Espanha em Caracas.
• LEIA MAIS: Forças da Venezuela cercam embaixada da Argentina em Caracas

"Uma vez ocorridos os contatos pertinentes entre ambos os governos, cumpridos os extremos do caso e de acordo com a legalidade internacional, a Venezuela concedeu o devido salvo-conduto em prol da tranquilidade e da paz política do país. Esta conduta reafirma o respeito ao Direito que tem prevalecido na atuação da República Bolivariana da Venezuela na comunidade internacional”, afirmou Delcy Rodríguez em uma rede social.
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, informou que o asilo foi solicitado pelo próprio opositor. “O governo da Espanha está comprometido com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos”, destacou o ministério, em nota. Edmundo González deixou a Venezuela dias depois da Justiça pedir sua prisão por "risco de fuga", após não comparecer a três depoimentos para os quais foi notificado pelo Ministério Público do país. Ele deveria prestar depoimento na investigação sobre a página na internet com as supostas atas eleitorais da oposição que dão vitória a Edmundo na votação do dia 28 de julho.
A líder María Corina Machado justificou que a saída dele do país era necessária porque, segundo ela, sua vida corria perigo. “As intimações, o mandado de detenção e até as tentativas de chantagem e coação a que têm sido sujeito mostram que o regime não tem escrúpulos nem limites na sua obsessão em silenciá-lo e tentar subjugá-lo”, declarou, em uma rede social. O governo brasileiro, em conjunto com o colombiano, havia manifestado preocupação com o pedido de detenção emitido pelo MP venezuelano.
O Ministério Público da Venezuela avalia que a manutenção da página da oposição com as supostas atas pode incorrer em crimes como "usurpação de funções, forjamento de documento público, instigação à desobediência das leis, delitos informáticos e associação para delinquir e conspiração". A investigação do MP da Venezuela aponta que a página na internet busca apropriar-se das competências do Conselho Nacional Eleitoral, única instituição com poder para publicar os resultados das eleições na Venezuela.

As autoridades venezuelanas afirmam que mais de nove mil atas publicadas são falsas. Já o Tribunal Supremo de Justiça do país, após perícia, ratificou a vitória do presidente Nicolás Maduro em 28 de julho. Porém, os dados da eleição por mesa de votação ainda não foram divulgados publicamente.

Notícias relacionadas