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Publicada em 07 de Setembro de 2024 às 17:52

Forças da Venezuela cercam embaixada da Argentina em Caracas

Tensões se acirraram no país após reeleição de Nicolás Maduro sob forte indício de fraude

Tensões se acirraram no país após reeleição de Nicolás Maduro sob forte indício de fraude

Juan BARRETO/AFP/JC
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Folhapress
Forças da Venezuela impuseram um cerco à Embaixada Argentina em Caracas, que está sob custódia do Brasil desde 5 de agosto, quando a ditadura chavista expulsou diplomatas do país.
Forças da Venezuela impuseram um cerco à Embaixada Argentina em Caracas, que está sob custódia do Brasil desde 5 de agosto, quando a ditadura chavista expulsou diplomatas do país.
Segundo um coordenador de campanha de María Corina Machado, líder da oposição no país, homens encapuzados cercaram o local na noite de sexta-feira (6). Seis pessoas estão asiladas na embaixada, todas ligados à oposição ao regime.
As tensões diplomáticas no país se acirraram após a conturbada eleição presidencial realizada no fim de julho, que selou um novo mandato a Nicolás Maduro sob forte indício de fraude.
Pedro Urruchurtu Noselli, coordenador internacional de María Corina, asilado desde março, publicou no Instagram que homens encapuzados e armados rodeavam a embaixada. Segundo explica, o cerco teria começado por volta das 19h, e permanecia este sábado (7).
Vídeos publicados no perfil de Noselli mostram carros das forças de segurança patrulhando pela rua. Outro membro do partido opositor afirmou que a energia do prédio foi desligada.
"Cada vez maior a presença de funcionários encapuzados. Fecharam o trânsito para veículos na rua. Seguimos sem eletricidade", escreveu Noselli em suas redes sociais neste sábado.
"Estamos com a eletricidade cortada e com os acessos à sede [da embaixada] tomados", escreveu na rede social X Magalli Meda, outra refugiada na missão diplomática, segundo a agência AFP.
A Venezuela comunicou o Brasil que revogou a custódia do País sobre a embaixada argentina. O governo Lula (PT) disse que permanece responsável pelo edifício até que a Argentina designe um novo país responsável por seus interesses na Venezuela.
A ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, disse que o Sebin, o serviço secreto venezuelano, cercou o prédio "com o objetivo de entrar e violar todas as normas internacionais".
Em mensagem de áudio publicada no Instagram, dirigida aos venezuelanos, Bullrich disse que "estamos consternados com o que está acontecendo, a possível incursão e tomada da embaixada argentina, que neste momento está sob a bandeira do Brasil".
Bullrich prosseguiu. "Este é um chamado a toda a comunidade internacional, a todos os venezuelanos, para resistir a essa brutalidade do regime absolutamente autoritário e ditatorial de Maduro. Nós argentinos estamos absolutamente decididos a não permitir que nossa embaixada seja roubada ou haja uma intromissão."
Mais de 2,4 mil pessoas foram presas desde as eleições, realizadas em 28 de julho. Ná última segunda-feira (2), a Justiça da Venezuela emitiu uma ordem de prisão contra Edmundo González, 75, o candidato que representou a coalizão opositora na eleição.
O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público, liderado pelo procurador-geral, Tarek Saab, dias depois de González ignorar pela terceira vez uma intimação da Justiça para que prestasse depoimento no escopo de uma investigação iniciada após opositores acusarem fraude no pleito.
A audiência mais recente foi marcada para a última sexta-feira (30), quando a Venezuela sofreu com um apagão em todo o país.

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