Um dia após sofrer o maior ataque com drones na Guerra da Ucrânia, a Rússia revidou nesta segunda (2) com um grande ataque aéreo focado em Kiev, a capital do país que invadiu em 2022. Foram lançados ao todo 23 mísseis balísticos e de cruzeiro e 35 aviões-robô contra a cidade e outras três localidades. Desta vez, apenas metade dos projéteis (9 mísseis e 20 drones) foi derrubada, levando novamente o governo de Volodimir Zelensky a pedir mais armas para o Ocidente.
A ação também empregou uma tática de dissimulação pouco usada: dois bombardeiros estratégicos Tu-95MS levantaram voo da base que costumam usar e se dirigiram ao mar Cáspio, mas os lançamentos foram feitos por talvez outras cinco aeronaves de outros pontos da Rússia.
Isso pode ter prejudicado o tempo de reação dos ucranianos, que também voltaram a pedir que EUA e aliados permitam o uso de suas armas de longo alcance contra a Rússia. "É um absurdo [o veto]. Lutamos com as mãos atrás das costas", disse o chanceler Dmitro Kuleba no Telegram.
Em solo, houve vários danos a infraestrutura e ao menos três feridos em Kiev. O ataque dá sequência a uma escalada na violência dessas ações pelos dois lados. Na semana passada, as forças de Vladimir Putin fizeram o maior ataque da guerra até aqui, com 236 mísseis e drones. Na ação, Kiev perdeu seu primeiro caça americano F-16 e o seu piloto, levando à demissão do chefe da Força Aérea.
Depois, os russos voltaram ao bombardeio amplo duas vezes. Já no domingo (1º) foi a vez de Kiev, que lançou ao menos 158 drones contra a Rússia, atingindo refinarias e instalações elétricas. Essas armas são feitas no próprio país. Americanos e europeus só autorizam os ucranianos a usar armamento ocidental contra áreas fronteiriças russas, alegando temor de escalada indevida no conflito. Zelenski pede, dia sim, dia sim, para que isso seja revogado.
Sua invasão da região russa de Kursk, há quase um mês, tenta servir de prova de que Putin blefa sobre tais linhas vermelhas - os aliados ocidentais temem o emprego de armas nucleares pelo russo, se não uma Terceira Guerra Mundial.
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A ofensiva humilhou Moscou, mas não tirou da Rússia a iniciativa. Particularmente em Donetsk, leste ucraniano, as defesas de Kiev estão sob risco de colapso total. Nesta segunda, mais uma cidade foi tomada pelos russos.
Folhapress