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Publicada em 29 de Agosto de 2024 às 20:05

Candidatura de Venezuela e Nicarágua ao Brics vira constrangimento para Lula

É provável que presidente vete a entrada dos dois países no grupo

É provável que presidente vete a entrada dos dois países no grupo

EVARISTO SA/ AFP/JC
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Folhapress
China e Rússia têm impulsionado uma nova rodada de expansão do Brics que pode aprofundar o viés anti-Ocidente do bloco e que tem entre os candidatos latino-americanos países vistos como problemáticos pelo governo Lula.
China e Rússia têm impulsionado uma nova rodada de expansão do Brics que pode aprofundar o viés anti-Ocidente do bloco e que tem entre os candidatos latino-americanos países vistos como problemáticos pelo governo Lula.
O plano de Moscou e Pequim é anunciar na cúpula de Kazan (Rússia), em outubro, um grupo de Estados que se associariam como parceiros do Brics. O status deve ser inferior ao de um membro pleno, mas a ideia é que indique um primeiro passo para a futura efetivação. De acordo com interlocutores, até dez novos parceiros podem ser anunciados na cúpula.
O Itamaraty é historicamente contrário à ampliação do Brics, grupo originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2023, foi voto vencido e acabou obrigado a aceitar a incorporação de cinco novos integrantes: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
A Argentina também foi anunciada na ocasião como novo integrante, mas Javier Milei cancelou a entrada de seu país no agrupamento assim que chegou ao poder. Neste ano, a lista de candidatos a parceiros é vista como problemática por Lula, principalmente por incluir Venezuela e Nicarágua.
O petista tem sido cobrado pelo histórico de proximidade com Nicolás Maduro. O ditador foi proclamado vencedor nas últimas eleições venezuelanas por autoridades eleitorais ligadas ao chavismo, mas o pleito teve denúncias de irregularidades e de fraude. Enquanto Rússia e China prontamente parabenizaram Maduro pela vitória, líderes nas Américas têm cobrado a divulgação das atas eleitorais.
Diante do recrudescimento da repressão do regime, Lula tem calibrado o discurso e fez críticas a Maduro. Já o caso da Nicarágua é considerado ainda mais complicado. Após meses de relações congeladas, o regime de Daniel Ortega - outro ex-aliado de Lula - expulsou o embaixador brasileiro de Manágua. O Itamaraty fez o mesmo com a embaixadora nicaraguense em Brasília.
É bastante provável que o Brasil vetará o ingresso da Nicarágua como parceiro do Brics, devido às declarações de Ortega sobre Lula.
 

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