O presidente venezuelano Nicolás Maduro nomeou nesta terça-feira (27), um chefe do partido socialista para supervisionar as forças policiais do país, dando poder a um apoiador linha-dura, que prometeu perseguir oponentes do governo como parte de uma repressão em andamento.
Maduro nomeou Diosdado Cabello Ministro do Interior, como parte de uma mudança de gabinete após a eleição presidencial contestada do mês passado. Junto com Maduro, Cabello é um dos mais fervorosos defensores da chamada revolução bolivariana iniciada pelo falecido Hugo Chávez e há muito tempo é considerado a segunda pessoa mais poderosa na Venezuela depois de Maduro.
Tenente aposentado do exército, Cabello lutou ao lado de Chávez em uma revolta militar fracassada em 1992 e mais tarde serviu como presidente interino quando o próprio Chávez foi removido em um breve golpe uma década depois.
Grupos de direitos humanos temem que a nomeação de Cabello para Ministro do Interior, com supervisão das forças policiais da Venezuela, intensifique a resposta pesada do governo aos protestos que eclodiram após a eleição presidencial do mês passado, quando Maduro foi declarado vencedor apesar das fortes evidências apresentadas pela oposição de que seu candidato prevaleceu por uma margem de 2 a 1.
Mais de 2 mil pessoas - incluindo jornalistas, políticos e trabalhadores humanitários - foram presas desde a eleição de 28 de julho. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos deve entregar um relatório em Washington amanhã em uma reunião especial da Organização dos Estados Americanos para discutir a repressão.