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Publicada em 23 de Agosto de 2024 às 19:33

Kamala diz que eleição é oportunidade de superar 'amargura e cinismo'

Candidata democrata se contrapôs a Trump e fez acenos claros à classe trabalhadora

Candidata democrata se contrapôs a Trump e fez acenos claros à classe trabalhadora

Robyn Beck/AFP/JC
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Agência Estado
Com discurso contundente, Kamala Harris aceitou a nomeação para disputar a presidência no último dia de Convenção Nacional do Partido Democrata. Diante de uma multidão energizada, ela descreveu a eleição como uma oportunidade de superar o passado de "amargura e cinismo", representado na figura de Donald Trump.
Com discurso contundente, Kamala Harris aceitou a nomeação para disputar a presidência no último dia de Convenção Nacional do Partido Democrata. Diante de uma multidão energizada, ela descreveu a eleição como uma oportunidade de superar o passado de "amargura e cinismo", representado na figura de Donald Trump.
"Ele quer nos levar de volta ao passado, mas não vamos retroceder", disse Kamala Harris ao apontar o adversário como uma ameaça aos Estados Unidos, apelando aos eleitores para considerar o que ele fará se voltar ao poder. "Imaginem Donald Trump sem freio nenhum. E como ele usaria o poder imenso da presidência dos EUA. Não para melhorar a sua vida, ou para aumentar nossa segurança, mas para servir o único cliente que ele sempre teve: ele mesmo", disse ela na noite desta quinta-feira (22).
Foi uma autorreferência. Durante o discurso, Kamala relembrou suas origens numa família de imigrantes da classe média e contou que decidiu estudar direito por causa da amiga de escola Wanda, que era sexualmente abusada pelo padrasto.
"Enquanto procuradora, eu nomeava as ações não em nome da vítima, mas em nome do povo. Por uma razão simples. No nosso sistema de Justiça, o dano a um de nós é um dano a todos nós", disse. "Todos os dias no tribunal eu me colocava orgulhosamente diante do juiz e dizia quatro palavras: Kamala Harris pelo povo. Eu tive um único cliente em toda minha carreira: o povo".
Kamala pelo povo foi, inclusive, o seu lema de campanha em 2020, quando disputou a nomeação democrata. Sem conseguir deslanchar, acabou virando vice-presidente de Joe Biden, antes de se tornar a segunda mulher - depois de Hillary Clinton - e a primeira mulher não branca a disputar a presidência por um grande partido dos Estados Unidos.
"Em nome do povo e todos os americanos independentemente de fé, credo ou etnia, e em nome das pessoas que trabalham duro e cuidam um dos outros, de todos cuja história só poderia ser escrita no melhor do país do mundo, eu aceito a nomeação para disputar a presidência dos Estados Unidos", declarou.
Em seu discurso, fez acenos claros à classe trabalhadora, eleitorado que deve ser decisivo nas eleições, apresentado a chapa democrata como a única que seria capaz de entender e atender aos anseios do americano comum.
"Vamos fazer a economia crescer e reduzir os preços. E vamos facilitar o acesso a crédito", prometeu. "Agora comparem isso com Donald Trump. Ele não luta pela classe média. Ele luta por ele mesmo e para os amigos bilionários dele. E ele vai cortar impostos desse pessoal", acusou.
Kamala passou por temas caros à base democrata, como acesso ao aborto, acusando Donald Trump de tirar a liberdade das mulheres com a nomeação dos juízes conservadores que reverteram Roe versus Wade. "Ele vai criar um programar para banir o aborto nacionalmente. Ele vai forçar os Estados a informar os abortos, espontâneos ou não. Em resumo: ele está maluco", declarou, embora Trump tenha descartado a proibição nacional e afirme que pretende manter a decisão com os Estados.
A democrata seguiu dizendo que outras liberdades também estão em risco, como a de viver em segurança. Esse foi outro destaque da última noite de Convenção Nacional do Partido Democrata, que levou vítimas da violência armada ao palco do United Center.
Em meio às críticas a Donald Trump, ela aproveitou para atacar uma das principais bandeiras do concorrente: a imigração. Kamala acusou o republicano de matar o projeto bipartidário para reforçar a segurança na fronteira, argumento antecipado nos discursos ao longo da Convenção. "Eu me recuso a fazer política com a segurança da nossa fronteira como ele fez", disse.

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