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Publicada em 14 de Agosto de 2024 às 20:06

Ucrânia amplia ataque ao Sul; Rússia responde no Leste

Ainda é incerto o objetivo do avanço do exército de Zelensky na Rússia

Ainda é incerto o objetivo do avanço do exército de Zelensky na Rússia

/Roman PILIPEY/afp/jc
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Folhapress
A Ucrânia aumentou a pressão sobre o Sul da Rússia, região que invadiu na semana passada, criando uma dinâmica inédita na guerra iniciada por Vladimir Putin em 2022. Antecipando um ataque, o governador de uma das regiões afetadas decretou emergência regional e pediu que o Kremlin faça o mesmo em nível federal.
A Ucrânia aumentou a pressão sobre o Sul da Rússia, região que invadiu na semana passada, criando uma dinâmica inédita na guerra iniciada por Vladimir Putin em 2022. Antecipando um ataque, o governador de uma das regiões afetadas decretou emergência regional e pediu que o Kremlin faça o mesmo em nível federal.
Já em território ucraniano, os russos registraram um avanço significativo no Leste do país, chegando a 15 km do importante centro ferroviário de Pokrovsk e se aproximando de Tchasiv Iar, em Donetsk. Os movimentos visam a tomada final da região, dividida entre Kiev e separatistas pró-Rússia desde 2014.
Tudo isso mostra uma atividade militar frenética em uma guerra descrita por muitos como estática. Ainda é incerto o objetivo estratégico de Volodimir Zelensky com sua invasão na Rússia, a primeira desde que os nazistas entraram na União Soviética em 1941.
Na terça, o presidente ucraniano disse que suas forças seguem avançando, a despeito do contra-ataque de Putin na véspera. "Estamos aumentando nosso fundo de troca", disse, em referência ao anúncio de que havia tomado mais cem soldados russos como prisioneiros.
Para além da retórica, Kiev providenciou provas de que operam dentro de Sudja, o centro final de distribuição de gás russo para a Europa. Uma equipe de reportagem da rede TSN que acompanha as tropas filmou soldados trocando a bandeira russa pela ucraniana em um prédio da cidade.
Os combates seguem duros, segundo relatos de ambos os lados. Os ucranianos lançaram um mega-ataque com 117 drones, todos derrubados segundo a Rússia, durante a noite. Foram atacados pontos das vizinhas Kursk, Belgorodo e Voronej, alem da bem mais distante Níjni-Novgorodo.
Pelos vídeos disponíveis na internet e informações da inteligência ucraniana vazadas à imprensa do país, os alvos primários eram quatro bases aéreas de onde saem aviões como os caças MiG-31K que lançam mísseis hipersônicos contra a Ucrânia. Não há relatos ainda de danos.
Em Kursk, os ucranianos disseram ter derrubado um avião de ataque Su-34, modelo usado contra os invasores e suas bases na região vizinha de Sumi. Vídeo mostrou também prisioneiros ucranianos sendo levados por russos.
A defesa da região foi inicialmente confiada ao FSB, o serviço sucessor da KGB soviética, mas nesta terça deputados relataram que Putin indicou seu antigo guarda-costas, Alexei Diumin, hoje secretário do Conselho de Estado, para comandar a ação.
Há sinais de que a Ucrânia está ampliando o escopo de sua operação. Segundo um analista militar disse à Folha, há concentração de tropas em território ucraniano ao sudeste de Belgorodo, a capital da região homônima, que é vizinha de Kursk, o alvo inicial da invasão de Kiev há uma semana.
Isso e a ação na área de Sudja, que fica mais ao norte, sugerem que talvez Zelensky esteja planejando um ataque à cidade. Se isso acontecer de forma bem-sucedida, será um enorme revés para Putin, dado que não estamos falando de vilarejos fronteiriços, e sim um importante centro urbano com mais de 400 mil habitantes numa região que concentra 40% da produção de minério de ferro russa.
 

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