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Publicada em 08 de Agosto de 2024 às 19:42

Rebeldes do Iêmen vão atacar Israel com Irã e Hezbollah

Blindado das Nações Unidas percorre a fronteira entre o Sul do Líbano e Israel

Blindado das Nações Unidas percorre a fronteira entre o Sul do Líbano e Israel

AFP/JC
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Folhapress
O comando dos rebeldes pró-Irã do Iêmen disse nesta quinta (8) que o grupo irá participar de qualquer ataque contra Israel de forma coordenada com Teerã e com o grupo libanês Hezbollah. Prevendo o pior, um blindado das Nações Unidas percorre a fronteira entre o Líbano e Israel.
O comando dos rebeldes pró-Irã do Iêmen disse nesta quinta (8) que o grupo irá participar de qualquer ataque contra Israel de forma coordenada com Teerã e com o grupo libanês Hezbollah. Prevendo o pior, um blindado das Nações Unidas percorre a fronteira entre o Líbano e Israel.
Segundo o líder dos iemenitas, Abdul Malik al-Houthi, sua organização vai trabalhar conjuntamente em "qualquer operação do Eixo da Resistência". O termo é usado pela teocracia iraniana para definir seus aliados regionais contra o Estado judeu e os Estados Unidos.
Desde que o Hamas, grupo terrorista que integra o eixo bancado pelo Irã, atacou Israel em outubro passado e desencadeou a guerra na Faixa de Gaza, os houthis se sobressaem como inesperados aliados dos palestinos.
Atacaram diretamente Israel com drones e mísseis, e iniciaram uma campanha que cortou pela metade o tráfego comercial no mar Vermelho, elevando custo de transporte de cargas que passavam pela região indo e vindo da Europa.
A ação levou à criação de uma força-tarefa liderada pelos EUA, que conta com até seis destróieres, e levou a ataques diretos contra a porção que o grupo controla no Iêmen desde o início da guerra civil no país árabe, em 2014.
O mais duro dos bombardeios foi feito há duas semanas por Israel, obliterando o porto de Hodeidah. Mas a ação conjunta proposta pelos houthis tem outra motivação: os assassinatos do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e do comandante do Hezbollah Fuad Shukr, ocorridos no espaço de algumas horas na semana passada.
Enquanto Shukr foi alvejado por Israel, num ataque assumido em Beirute, o governo de Benjamin Netanyahu não assumiu diretamente a morte de Haniyeh, que dormia como convidado de honra da posse do novo presidente iraniano, em Teerã. Mas seu envolvimento, de uma forma ou de outra, é visto como óbvio.
Desde essas mortes, tanto Hezbollah quanto o Irã prometem diariamente retaliação contra Israel, e dão sinais de preparação militar para tanto. Mas surgem sinais de que há descompasso no processo decisório dos dois principais atores do lado anti-Israel do enredo.
Na quarta (7), o Hezbollah afirmou que irá vingar a morte de Shukr de qualquer forma, sozinho ou acompanhado. A posição foi vista como um recado à demora de Teerã em decidir o tamanho da reação contra Tel Aviv, e mesmo rusgas abertas foram relatadas em uma reportagem da rede americana CNN.
O problema para os aiatolás é a proporcionalidade de sua retaliação. O principal risco é de uma guerra regional incontrolável, em um momento de fragilidade política do regime, que perdeu o virtual sucessor de seu líder supremo quando o presidente Ebrahim Raisi morreu num acidente de helicóptero.

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