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Publicada em 05 de Agosto de 2024 às 19:52

Irã tenta atacar Israel sem provocar guerra generalizada no Oriente Médio

Serguei Choigu foi recebido pelo chefe do Exército iraniano, Bagheri

Serguei Choigu foi recebido pelo chefe do Exército iraniano, Bagheri

Iranian Army Media Office/AFP/JC
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Folhapress
Em meio a intensa movimentação diplomática para tentar evitar uma guerra ampla no Oriente Médio, o Irã disse nesta segunda-feira (5) que um ataque de suas forças contra Israel é inevitável, mas que não deseja que o conflito se espalhe pela região. "O Irã busca estabilidade regional, mas isso só virá com a punição ao agressor e criando uma dissuasão contra as aventuras do regime sionista", disse o porta-voz da chancelaria iraniana, Nasser Kanaani, empregando o termo usual do país para se referir a Israel.
Em meio a intensa movimentação diplomática para tentar evitar uma guerra ampla no Oriente Médio, o Irã disse nesta segunda-feira (5) que um ataque de suas forças contra Israel é inevitável, mas que não deseja que o conflito se espalhe pela região. "O Irã busca estabilidade regional, mas isso só virá com a punição ao agressor e criando uma dissuasão contra as aventuras do regime sionista", disse o porta-voz da chancelaria iraniana, Nasser Kanaani, empregando o termo usual do país para se referir a Israel.
Para ele, a ação é "inevitável" depois do assassinato do líder do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, em um ataque que Israel mal disfarçou ter cometido em Teerã, na semana passada. Além disso, Tel Aviv assumiu a morte do líder militar do Hamas e do chefe operacional do Hezbollah, o poderoso grupo libanês aliado dos palestinos. Ambas as organizações, assim como outras como a Jihad Islâmica, são bancadas por Teerã.
Teerã deu uma sinalização das preparações para a ação ao emitir um aviso para que pilotos comerciais estejam preparados para a degradação ou perda de sinal de GPS nas regiões central, oeste e noroeste do país. O alerta vale até 13 de agosto. O aviso foi interpretado incorretamente como um fechamento de espaço aéreo na mídia israelense, e a versão se espalhou pela internet. Isso dito, é um passo anterior a essa medida, que indica o lançamento iminente de mísseis e drones.
Nesta segunda-feira, chegou a Teerã Serguei Choigu, o ex-ministro da Defesa da Rússia que assumiu a secretaria do Conselho de Segurança de Vladimir Putin. Os países são aliados próximos, e Moscou tem pedido comedimento aos iranianos. Ele foi recebido pelo chefe doo Exército iraniano, Mohammad Bagheri.
O governo norte-americano trabalha com a possibilidade de uma ação iraniana, em conjunto com o Hezbollah, já na madrugada desta terça. Mas talvez haja mais tempo, já que o Irã convocou uma reunião da Organização de Cooperação Islâmica nesta quarta. No encontro, irá apresentar seu caso e pedirá apoio para atacar Israel.
Além disso, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, e o novo presidente do país, Masoud Pezeshkian, ganham uma janela para modular sua reação. O perigo para o Irã é entrar numa missão suicida, abrindo a porta para uma tréplica israelense que lhe destrua as instalações do programa nuclear do país, por exemplo. A possibilidade de ter a bomba atômica em poucos meses é a principal carta de negociação que Teerã tem, e perdê-la é um risco grande.
 

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