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Publicada em 01 de Agosto de 2024 às 16:52

Irã e aliados estudam opções arriscadas para atacar Israel

Hanieyh foi morto por um míssil que Israel não admitiu ser seu

Hanieyh foi morto por um míssil que Israel não admitiu ser seu

IRANIAN SUPREME LEADER'S WEBSITE/AFP/JC
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Folhapress
Um dia após o ataque atribuído a Israel matar o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, durante uma visita a Teerã, o governo do Irã discute com seus aliados um plano de retaliação contra o Estado judeu. Como fazê-lo sem disparar uma guerra regional é a questão que atormentará os representantes do autodenominado Eixo da Resistência que, segundo a agência Reuters e a mídia árabe, deverão se encontrar na capital iraniana para debater as opções.
Um dia após o ataque atribuído a Israel matar o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, durante uma visita a Teerã, o governo do Irã discute com seus aliados um plano de retaliação contra o Estado judeu. Como fazê-lo sem disparar uma guerra regional é a questão que atormentará os representantes do autodenominado Eixo da Resistência que, segundo a agência Reuters e a mídia árabe, deverão se encontrar na capital iraniana para debater as opções.
Eles já estavam, em sua maioria, na cidade para a posse do novo presidente do país, Masoud Pezeshkian, na terça (30). Alguns estavam alinhados, ao lado de Haniyeh e de um desavisado Geraldo Alckmin numa foto que virou um clássico das redes: o chefe do grupo terrorista Jihad Islâmica e um enviado dos rebeldes houthis do Iêmen.
Horas depois, Hanieyh foi morto por um míssil que Israel não admitiu ser seu, apesar de o premiê Benjamin Netanyahu ter ido à TV celebrar uma série de vitórias militares contra seus adversários -incluindo, aí oficialmente, a morte do número 2 do Hezbollah libanês em um ataque em Beirute.
Todos os sobreviventes da foto, salvo é claro o vice brasileiro, são instrumentais para os desígnios de Teerã. Eles deverão juntar-se ao Hezbollah, principal preposto regional da teocracia iraniana, e de grupos pró-Irã do Iraque e da Síria.
É incerto se o governo sírio, adversário de Israel, entrará na dança, dado que a ditadura local já tem muito trabalho para administrar a guerra civil que a consome desde 2011, levando à presença de forças russas e da Otan em partes de seu território.
Na véspera, segundo o jornal americano The New York Times, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, havia encomendado um ataque direto ao território israelense às suas Forças Armadas. Nos 45 anos de existência como República Islâmica, o Irã fustigou Israel, os Estados Unidos e seus aliados por meio de uma rede de prepostos regionais. Em 2022, Haniyeh disse que o Hamas recebia US$ 70 milhões de ajuda iraniana anualmente, por exemplo.
Tudo mudou com o conflito iniciado quando o grupo terrorista palestino lançou seu audacioso ataque contra o Estado judeu em 7 de outubro passado, matando 1.200 pessoas e tomando 250 reféns. A guerra na Faixa de Gaza, território que controlava desde 2007, veio a seguir, transformando-se num pesadelo humanitário com mais de 39 mil mortos.
Ali, o Hamas já parecia clamar pela intervenção de seus aliados, mas foi frustrado. O Hezbollah iniciou um atrito de intensidade variável no norte israelense. Os houthis, por sua vez, emergiram como atores regionais, travando o comércio marítimo mundial com ataques no mar Vermelho e o ocasional drone lançado contra Israel.

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