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Publicada em 31 de Julho de 2024 às 19:32

Eleição na Venezuela não foi democrática, afirma observador eleitoral Carter Center

Órgão apontou que o processo eleitoral infringiu preceitos da legislação

Órgão apontou que o processo eleitoral infringiu preceitos da legislação

Raul ARBOLEDA/AFP/JC
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Folhapress
Um dos únicos e o mais importante observador eleitoral independente nas eleições da Venezuela, o Carter Center afirmou no início da madrugada desta quarta-feira (31) que o processo no pleito não pode ser considerado democrático.
Um dos únicos e o mais importante observador eleitoral independente nas eleições da Venezuela, o Carter Center afirmou no início da madrugada desta quarta-feira (31) que o processo no pleito não pode ser considerado democrático.
"O fato de a autoridade eleitoral local não ter anunciado resultados desagregados por mesa de votação constitui uma grave violação dos princípios eleitorais", diz a organização norte-americana que foi convidada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), de maioria chavista, e enviou 17 especialistas ao país sul-americano há um mês.
"O processo eleitoral não alcançou patamares internacionais de integridade eleitoral em nenhuma de suas etapas relevantes e infringiu inúmeros preceitos da própria legislação nacional", afirmou em nota.
Maduro foi declarado eleito pelo CNE em um comunicado geral que afirma que apenas 80% dos votos foram computados. O órgão atribui 51,2% dos votos ao atual presidente e 44,2% para o opositor Edmundo González. Nenhum dado desagregado por estado, município, centro de votação ou mesa de votação foi liberado, como dita o regramento eleitoral.
A oposição afirma que venceu e que tem atas suficientes - documentos em tese são liberados para as testemunhas das mesas de votação - para provar que foi ganhadora com mais de 60% dos votos.
O Carter Center afirma que ainda publicará seu relatório oficial, mas neste comunicado de apenas duas páginas já enumera uma lista irregularidades no processo eleitoral. "Foi um processo que ocorreu em um ambiente de restrição de liberdades contra atores políticos, organizações da sociedade civil e meios de comunicação", afirma.
A organização diz, por exemplo, que o registro eleitoral para esse processo (21 milhões de eleitores) teve prazos curtos, poucos lugares para inscrição e mínima campanha de divulgação. Ou seja, pouco incentivo para que o eleitor fosse às urnas.
 

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