O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, pediu ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que divulgue o quanto antes as atas de votação das eleições de domingo, marcadas por suspeita de fraude.
Amorim se reuniu com Maduro na segunda-feira, no Palácio Miraflores. O líder venezuelano disse a ele que só não divulgou as atas porque houve um ataque hacker durante a apuração, mas prometeu publicá-las nos próximos dias.
A oposição afirma ter provas consistentes de que o diplomata aposentado Edmundo González Urrutia venceu a disputa contra Maduro, mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ligado ao regime chavista, anunciou a reeleição do ditador da Venezuela, agora para o período 2025-2031.
Na conversa com Amorim, de aproximadamente uma hora, Maduro afirmou que a extrema-direita e os Estados Unidos estão financiando um "golpe" para derrubá-lo. Ele comanda a Venezuela desde 2013, quando Hugo Chávez morreu.
Enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Caracas, Amorim também se reuniu com González e ouviu a desconfiança da oposição sobre a fraude nas urnas. A todos o ex-chanceler pediu cautela para não acirrar ainda mais a crise.
O desfecho das eleições na Venezuela provocou uma série de questionamentos da comunidade internacional sobre a falta de lisura e transparência no pleito. Não é de hoje, porém, que o processo vem apresentando problemas.