Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 09 de Julho de 2024 às 16:39

Frente de esquerda discute aliança com centro para poder governar na França

Roussel afirmou que o presidente tem que deixar a esquerda governar

Roussel afirmou que o presidente tem que deixar a esquerda governar

EMMANUEL DUNAND/afp/jc
Compartilhe:
Folhapress
Ainda que tenha se tornado o maior bloco parlamentar da França após o segundo turno das eleições legislativas, a esquerdista Nova Frente Popular (NFP) discute a participação dos centristas no governo, já que a coalizão não conquistou a maioria absoluta dos assentos na Assembleia Nacional.
Ainda que tenha se tornado o maior bloco parlamentar da França após o segundo turno das eleições legislativas, a esquerdista Nova Frente Popular (NFP) discute a participação dos centristas no governo, já que a coalizão não conquistou a maioria absoluta dos assentos na Assembleia Nacional.
A NFP elegeu 182 parlamentares, seguida pelo bloco Juntos, do presidente Emmanuel Macron, com 168 deputados, e pela Reunião Nacional (RN), sigla ultradireitista de Marine Le Pen, com 143 cadeiras. Antes, esses grupos ocupavam, respectivamente, 150, 250 e 89 assentos.
Nenhum dos lados se aproximou, portanto, da maioria absoluta de 289 dos 577 deputados, o que implica a necessidade de alianças ao menos pontuais para o próximo governo e mergulha a França em um contexto de incerteza sobre a governabilidade a duas semanas do início das Olimpíadas de Paris.
"O caminho para o governo é muito estreito, muito frágil, mas temos que tentar. O presidente tem que nos deixar governar", disse Fabien Roussel, secretário-nacional do Partido Comunista, um dos membros da NFP, em entrevista à rádio francesa RTL nesta terça-feira (9).
Os líderes da coalizão se reúnem desde domingo (7) para tentar chegar a um consenso sobre a indicação do primeiro-ministro e sobre as estratégias para governar sem maioria.
O segundo turno da eleição foi marcado por uma manobra conhecida como "frente republicana", na qual mais de 200 candidatos de esquerda desistiram em favor de candidatos do centro, e vice-versa, para impedir a vitória de rivais de ultradireita.
A união com legendas não pertencentes à NFP é, no entanto, rejeitada por Jean-Luc Mélenchon, líder do partido A França Insubmissa (LFI), mesmo que parte dos membros do bloco afirme que a união será necessária. O político defende que a coalizão implemente todo o seu programa, que inclui aumento do salário mínimo, redução da idade de aposentadoria e limitação dos preços de combustíveis, energia e alimentos básicos.

Notícias relacionadas