Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 17 de Junho de 2024 às 19:50

Otan estuda colocar mais armas nucleares em prontidão contra a Rússia

Stoltenberg disse que o grupo erstá discutindo retirar seu arsenal do depósito

Stoltenberg disse que o grupo erstá discutindo retirar seu arsenal do depósito

SIMON WOHLFAHRT/AFP/JC
Compartilhe:
Folhapress
Após meses de ameaças nucleares relacionadas ao apoio ocidental à Ucrânia contra a invasão russa, a Otan mudou sua postura de considerá-las somente um blefe e entrou no jogo proposto por Vladimir Putin.
Após meses de ameaças nucleares relacionadas ao apoio ocidental à Ucrânia contra a invasão russa, a Otan mudou sua postura de considerá-las somente um blefe e entrou no jogo proposto por Vladimir Putin.
O secretário-geral da aliança militar ocidental, o norueguês Jens Stoltenberg, afirmou ao jornal britânico The Telegraph que o grupo está discutindo a retirada de parte de seu arsenal nuclear de depósitos, colocando as ogivas em prontidão para uso imediato.
"Eu não vou entrar em detalhes operacionais sobre quantas ogivas nucleares devem estar operacionais e quantas devem estar estocadas, mas nós precisamos nos consultar sobre essas questões. É exatamente isso que estamos fazendo. A transparência ajuda a transmitir a mensagem direta de que nós, é claro, somos uma aliança nuclear", disse.
A resposta do Kremlin foi imediata. O porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, afirmou nesta segunda-feira (17) que seu governo vê a frase como uma escalada nas tensões com a Otan. Já o chefe do serviço de inteligência internacional russo, Serguei Narichkin, disse à agência Tass que Stoltenberg "só quer nos intimidar".
O fato é que essa foi a posição de Moscou desde que invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, com Putin já em seu primeiro discurso em guerra ameaçando quem interviesse no conflito. Deu certo: a Otan até sugeriu, mas nunca de fato cogitou o envio de soldados para ajudar Kiev.
Ao longo da guerra, Putin e outras autoridades russas sempre voltaram ao tema, ora dizendo que o emprego de armas nucleares era impensável, ora defendendo mudança na doutrina de seu uso, e mais recentemente, afirmando que a escalada na ajuda militar à Ucrânia e a sugestão francesa de mandar tropas para o país invadido empurravam o mundo para conflito geral.
Quando autorizaram o uso de armas ocidentais contra alvos em solo russo, os Estados Unidos e seus aliados na Otan pagaram a aposta. Até aqui, não houve nada além de queixas de Putin, embora um número considerável de comentaristas e políticos russos insista que o país precisa dar alguma demonstração de força.
Stoltenberg não detalhou sobre quais armas falava, mas certamente se trata do arsenal de armas táticas em território europeu, que são objeto da política de compartilhamento nuclear criada pelos americanos.
Há ao menos 100 bombas de menor potência e uso militar restrito ao campo de batalha, na teoria, em seis países da Otan na Europa. Elas ficam estocadas em cofres subterrâneos, só sendo colocadas em modo operacional, isto é, nos aviões que as lançam, em caso de conflito.
 

Notícias relacionadas