A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, reagiu à decisão do presidente da França, Emmanuel Macron, de dissolver o Parlamento após a ultradireita avançar nas eleições legislativas da União Europeia.
A medida, tomada pouco antes dos Jogos Olímpicos na capital francesa, é "extremamente preocupante", afirmou a socialista durante visita a uma escola ao lado do presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach. Ela afirmou, porém, que "nada vai estragar" o evento esportivo.
Questionada se poderia "receber o mundo" com um possível primeiro-ministro de ultradireita, Anne, que se disse surpresa com o anúncio de Macron, afirmou que receberá o mundo "como prefeita de Paris".
Tal cenário tornou-se uma possibilidade após o bom desempenho do partido Reunião Nacional (RN), liderado pela ultradireitista Marine Le Pen, nas eleições para o Parlamento Europeu. Segundo projeções, a sigla cresceu mais de oito pontos percentuais em relação ao último pleito do bloco e obteve 31,5% dos votos, mais que o dobro da aliança de Macron, que ficou com 14,5%.
Segundo o jornal Le Monde, o percentual do RN, que poderá ficar com 30 das 81 vagas da França no Legislativo, foi o melhor resultado de um partido francês nas eleições europeias em 40 anos. Diante do resultado, Macron dissolveu o Parlamento da França e convocou eleições para os dias 30 de junho e 7 de julho -cerca de 20 dias antes do início das Olimpíadas. "Tenho confiança na capacidade do povo francês de fazer a escolha mais justa para si e para as gerações futuras", afirmou Macron na rede social X na manhã desta segunda.
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Apesar dos temores, Bach afirmou que as eleições são um processo democrático que não vão atrapalhar o evento. "Vemos uma grande unidade a favor dos Jogos de Paris", afirmou o presidente do COI. "A França está acostumada a realizar eleições e elas serão realizadas novamente. Haverá um novo governo e um novo Parlamento e todos apoiarão os Jogos."
Folhapress