Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 29 de Maio de 2024 às 18:19

Israel diz que guerra na Faixa de Gaza pode durar até o final do ano

País enfrenta pressão para encerrar a guerra no enclave palestino

País enfrenta pressão para encerrar a guerra no enclave palestino

/JACK GUEZ/AFP/JC
Compartilhe:
Agência Estado
O conselheiro de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, afirmou nesta quarta-feira (29), que espera que as operações militares israelenses em Gaza continuem pelo menos até o final do ano. Com a declaração, Hanegbi parece rejeitar a ideia de que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas pode acabar após a operação militar israelense em Rafah.
O conselheiro de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, afirmou nesta quarta-feira (29), que espera que as operações militares israelenses em Gaza continuem pelo menos até o final do ano. Com a declaração, Hanegbi parece rejeitar a ideia de que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas pode acabar após a operação militar israelense em Rafah.
"Esperamos mais sete meses de combate para reforçar a nossa conquista e concretizar o que definimos como a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas e da Jihad Islâmica", disse Hanegbi em uma entrevista de rádio à Kan, a emissora pública israelense.
As autoridades israelenses apontaram que a guerra prolongada teria fases de combate com menor intensidade. A avaliação de Hanegbi, no entanto, parecia estar em desacordo com as projeções anteriores do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, que afirmou em abril que o país estava "à beira da vitória" na sua guerra contra o Hamas. Nas últimas semanas, as tropas israelenses regressaram repetidamente a áreas do Norte de Gaza, em uma tentativa de reprimir o aumento da presença do grupo terrorista Hamas na região.
Israel enfrenta uma pressão crescente para encerrar a guerra no enclave palestino e chegar a um acordo de cessar-fogo com o Hamas que incluiria a libertação dos reféns detidos em Gaza. O clamor se intensificou nos últimos dias, depois de um bombardeio israelense - que provocou um incêndio em uma área onde se abrigavam civis palestinos deslocados - ter matado pelo menos 45 pessoas no oeste de Rafah, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas. Os militares israelenses disseram que o ataque aéreo tinha como alvo dois comandantes do Hamas e que estavam investigando o que poderia ter causado o incêndio.
Mais de um milhão de civis palestinos fugiram de Rafah após o começo da operação israelense em Rafah no início de maio, segundo dados da ONU. Israel considerou a operação essencial para eliminar as forças do grupo terrorista Hamas posicionadas na cidade. As tropas de Tel-Aviv também assumiram o control do posto de fronteira entre Gaza e o Egito. Grupos de direitos humanos expressaram preocupação com a situação dos civis na cidade do enclave palestino.
Netanyahu aponta que Israel quer assumir o controle de uma faixa tampão ao longo da extremidade sul de Gaza, uma zona de aproximadamente 15 quilômetros de extensão entre Gaza e o Egito, conhecida em Israel como o Corredor Filadélfia.
Os militares de Israel controlam cerca de 75% do corredor, disse Hanegbi. Ele apontou que o controle israelense da área era fundamental para evitar o contrabando fronteiriço que permitiria o rearmamento do Hamas e de outros grupos terroristas palestinos.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, apontou que Israel precisa de um plano para o pós-guerra na Faixa de Gaza para garantir a derrota do grupo terrorista Hamas. Segundo Blinken, sem um plano para o futuro do enclave palestino, existe o risco de "caos, ilegalidade" que poderia permitir que um grupo mais perigoso do que o Hamas ganhasse o poder.

Notícias relacionadas