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Publicada em 15 de Abril de 2024 às 17:12

Israel avalia revide a Irã sem causar guerra total

Aviões israelenses sobrevoaram Tel Aviv ao longo da segunda-feira para proteger o espaço aéreo do país

Aviões israelenses sobrevoaram Tel Aviv ao longo da segunda-feira para proteger o espaço aéreo do país

MENAHEM KAHANA/JC
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Folhapress
O gabinete de guerra de Tel Aviv discutiu na tarde desta segunda-feira (15) uma série de opções de retaliação ao Irã após o ataque contra Israel, mas há preocupações para não causar uma guerra total, informou a imprensa local.
O gabinete de guerra de Tel Aviv discutiu na tarde desta segunda-feira (15) uma série de opções de retaliação ao Irã após o ataque contra Israel, mas há preocupações para não causar uma guerra total, informou a imprensa local.
O Canal 12, por exemplo, disse que a intenção era fazer ações coordenadas com os Estados Unidos, que afirmaram que não se juntariam a Israel em qualquer ataque direto ao Irã. Já o Times of Israel disse estar avaliando uma resposta "dolorosa" à operação que não desencadeará uma guerra regional.
Também nesta segunda, o porta-voz da diplomacia do regime, Nasser Kanani, disse que países ocidentais deveriam "apreciar a moderação do Irã nos últimos meses". "Em vez de fazer acusações contra o Irã, os países [ocidentais] deveriam culpar a si mesmos e responder à opinião pública pelas medidas que adotaram contra os [...] crimes de guerra cometidos por Israel" disse Kanani.
O primeiro ataque de Teerã contra Israel desde 1979, ano em que a República Islâmica foi estabelecida no país, levou diversos líderes a se pronunciarem pedindo moderação.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, enfatizou a necessidade de evitar uma escalada em uma série de ligações com seus homólogos de Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Turquia, Reino Unido e Alemanha, de acordo com declarações do Departamento de Estado.
Já o secretário de Relações Exteriores britânixo, David Cameron, chamou o ataque de "um fracasso total", embora "imprudente e perigoso". A chanceler da Alemanha, Annalena Baerbock, foi além quando questionada sobre um eventual direito de retaliação de Israel e disse que "o direito à autodefesa significa repelir um ataque". O presidente da França, Emmanuel Macron, também pediu a Israel para evitar uma escalada militar.

Ocidente deveria apreciar moderação do Irã, diz regime após atacar Israel

Países ocidentais deveriam "apreciar a moderação do Irã nos últimos meses", afirmou nesta segunda-feira (15) o porta-voz da diplomacia do regime, Nasser Kanani, dois dias após o ataque de Teerã contra Israel.
"Em vez de fazer acusações contra o Irã, os países [ocidentais] deveriam culpar a si mesmos e responder à opinião pública pelas medidas que adotaram contra os [...] crimes de guerra cometidos por Israel" disse Kanani.
Na noite de sábado (13), o Irã lançou um grande ataque aéreo contra o Estado judeu com ao menos 300 drones e mísseis. A agressão acontece em meio ao conflito entre Tel Aviv e Hamas, grupo aliado de Teerã, na Faixa de Gaza.
A operação concretiza as ameaças de retaliação do regime após um bombardeio na embaixada iraniana em Damasco, na Síria, matar membros da Guarda Revolucionária no último dia 1º. Teerã atribui o ataque a Israel, que nunca confirmou eventual envolvimento.
O saldo da ação repercutiu de formas diferentes nos dois países envolvidos. Para Tel Aviv, o ataque "foi frustrado" graças a "uma coalizão de defesa de aliados internacionais" liderada pelos Estados Unidos. O Irã, por sua vez, diz ter alcançado "todos os seus objetivos".
O regime iraniano alega ter informado os EUA e dado um aviso de 72 horas a países vizinhos sobre o lançamento. Autoridades turcas, jordanianas e iraquianas disseram no domingo (14) que houve um amplo aviso dias antes da operação, mas Washington afirma não ter sido alertado.
Um alto funcionário da administração do presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Washington e Teerã fizeram contato por meio de intermediários suíços, mas que não houve avisos com três dias de antecedência. De acordo com ele, Teerã teria enviado uma mensagem aos EUA apenas depois que os ataques começaram, e a alegação de um aviso generalizado pode ser uma tentativa de compensar a ausência de danos significativos causados pela operação.

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