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Publicada em 11 de Abril de 2024 às 15:57

Argentina corta taxa de juros de 80% a 70% e espera nova queda na inflação

Quando Milei assumiu o governo, a taxa de juros era de 133% ao ano

Quando Milei assumiu o governo, a taxa de juros era de 133% ao ano

LUIS ROBAYO/AFP/JC
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Folhapress
O Banco Central da Argentina anunciou nesta quinta-feira (11) uma nova redução na taxa de juros, em dez pontos percentuais, de 80% para 70% ao ano. O anúncio ocorre um dia antes de serem divulgados novos dados sobre inflação, com expectativa de que haja uma nova desaceleração a ser celebrada pelo governo.
O Banco Central da Argentina anunciou nesta quinta-feira (11) uma nova redução na taxa de juros, em dez pontos percentuais, de 80% para 70% ao ano. O anúncio ocorre um dia antes de serem divulgados novos dados sobre inflação, com expectativa de que haja uma nova desaceleração a ser celebrada pelo governo.
Trata-se da terceira vez que o BC argentino reduz o indicador desde que o presidente Javier Milei assumiu a Casa Rosada, na primeira quinzena de dezembro passado. Quando Milei assumiu a taxa era de 133%, caiu para 100% e depois 80%. A promessa do ultraliberal é operar um rígido ajuste fiscal na economia constantemente em crise.
No comunicado em que anuncia a recente redução, o BC fala em uma "conjuntura que apresenta seguidos sinais de redução das incertezas macroeconômicas", um aceno positivo para o governo, que enfrenta a oposição de sindicatos e servidores públicos e vê a pobreza crescer a níveis antes observados há duas décadas.
Entre outras coisas, o Banco Central menciona a constante desaceleração da inflação, "apesar do forte peso estatístico que a inflação carrega nas suas médias mensais".
A inflação do mês de fevereiro ficou em 13%. Havia certa expectativa bradada pelo governo de que a cifra de março, que se fará conhecer nesta sexta-feira pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censo da Argentina) ficasse abaixo dos dois dígitos, mas em peso os economistas descartam essa possibilidade e apostam na casa dos 10%.
Ainda assim, os preços acumularam um aumento de 276% nos últimos 12 meses no país e continuam nos níveis mais altos desde o início da década de 1990, quando a Argentina saía de uma hiperinflação. O BC também mencionou o que chama de uma moderação na emissão de moeda, uma consequência da melhora no balanço da instituição.
"Desde 10 de dezembro [a exata data da posse de Milei], a base monetária [o volume de dinheiro que emite o banco] foi reduzido em um ritmo de 10,5% a 5,8% por mês". A instituição diz ainda que, desde aquela data de dezembro, o efeito monetário da política fiscal imposta pelo governo de Javier Milei tem sido "distinto e virtuoso" e que reduziu a quantidade de pesos em circulação num montante que gira em torno de 800 bilhões de pesos (cerca de US$ 904,4 milhões na cotação atual).
Também nesta quinta, Milei, que faz nesta semana um giro pelos Estados Unidos, encontrou-se com o brasileiro Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Mais protocolar, a reunião não contou com nenhum anúncio público. Ele estava acompanhado do embaixador argentino no país, Gerardo Werthein.

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