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Publicada em 04 de Abril de 2024 às 16:50

Milei quer criar espécie de Escola sem Partido na Argentina

Porta-voz da presidência está à frente das mudanças na educação

Porta-voz da presidência está à frente das mudanças na educação

Luis ROBAYO/AFP/JC
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Folhapress
A disputa pelo que se ensina em sala de aula bate à porta das escolas argentinas. O governo Milei anunciou nesta quinta-feira (4) que submeterá ao Congresso um projeto para modificar a Lei de Educação e "penalizar o doutrinamento feito nas escolas".
A disputa pelo que se ensina em sala de aula bate à porta das escolas argentinas. O governo Milei anunciou nesta quinta-feira (4) que submeterá ao Congresso um projeto para modificar a Lei de Educação e "penalizar o doutrinamento feito nas escolas".
Nas palavras do porta-voz da Presidência, o economista Manuel Adorni, "é triste ver conteúdos e atos em escolas repletos de militância ideológica". Coincidentemente, ou não, também nesta quinta-feira o país teve uma paralisação de docentes escolares e universitários.
Ainda de acordo com Adorni, que falava na Casa Rosada, o Ministério do Capital Humano, uma superpasta que sob Milei unificou Educação e Trabalho, entre outros, irá criar um canal de denúncias para que pais e alunos relatem doutrinação e atividade política nas escolas. "Ou seja, eles vão poder denunciar quando não sentirem que seu direito à educação está sendo respeitado", seguiu ele. 
Nenhum comentário sobre as modificações foi adiantado, mas estes são capítulos com temas comumente sensíveis. Neles está dito que é responsabilidade das escolas fornecer conhecimentos e promover valores para a formação de uma "sexualidade responsável" e para a "eliminação de todas as formas de discriminação social".
No decorrer da última década, não têm sido incomuns movimentos ao redor do mundo que pleiteiem o fim do que chamam de "doutrinação nas escolas". No Brasil, por exemplo, o movimento ganhou palanque na forma do Escola Sem Partido como plataforma eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde que Milei assumiu, em dezembro passado, há expectativa de possíveis avanços de seu governo contra a chamada Educação Sexual Integrada, uma alteração na legislação promovida em 2006. O próprio Milei e outros membros de seu partido, o Liberdade Avança, afinal, criticaram a existência desse mecanismo, alguns deles argumentando que era uma forma de doutrinação e de destruição das famílias.
Lei de educação sexual em escolas argentinas pode retroceder com Milei, dizem especialistas. Nesta quinta, uma paralisação convocada pela Ctera, a Confederação de Trabalhadores da Educação da República da Argentina, cruzou os braços dos trabalhadores do setor. Trata-se do segundo dia de greve desde o início do ano letivo de 2024.

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