O Irã afirmou nesta terça-feira (2) que Israel e EUA responderão pelo ataque de segunda-feira (1º) que matou 12 pessoas, incluindo sete membros da Guarda Revolucionária, no consulado iraniano em Damasco, na Síria, uma operação que ameaça expandir a guerra no Oriente Médio.
O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, advertiu que "o regime perverso sionista será castigado" e o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou que o "crime covarde não ficará sem resposta".
"Dia após dia, somos testemunhas do fortalecimento da resistência, do desgosto e do ódio das nações livres contra a natureza ilegítima de Israel", afirmou Raisi. O presidente iraniano condenou o que chamou de "ato desumano, agressivo e desprezível de invasão e violação flagrante das normas internacionais".
O bombardeio, atribuído a Israel, contra a seção consular da Embaixada do Irã em Damasco, incluiu "seis mísseis disparados por caças F-35, segundo Teerã, os primeiros direcionados contra um edifício diplomático iraniano na Síria. Entre os mortos estão três generais da Força Quds e quatro militares.
Na segunda-feira (1º), os EUA garantiram ao Irã que não sabiam de nada e não tiveram envolvimento no ataque ao edifício que abrigava também a residência do embaixador iraniano na Síria. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu ontem uma investigação "rápida e imparcial" sobre o ataque.
O conselho de segurança nacional do Irã discutiu ontem qual será a resposta a Israel, segundo emissoras de TV iranianas, que não deram mais detalhes sobre a retaliação. "Depois de repetidas derrotas e fracassos contra a fé e a vontade dos combatentes da resistência, o regime sionista incluiu assassinatos em sua agenda na luta para se salvar", disse Raisi, que chefiou a reunião do conselho.
Israel não assumiu a responsabilidade pelo ataque. No entanto, uma autoridade do governo israelense disse à agência Reuters que os mortos "estavam por trás de ataques a alvos israelenses e americanos". Analistas temem que o envolvimento do Irã possa abrir uma nova frente da guerra em Gaza, desta vez no Norte de Israel, com a ação do Hezbollah, grupo xiita libanês apoiado por Teerã.