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Publicada em 02 de Abril de 2024 às 17:00

Joe Biden recorre à maconha para ganhar jovens de volta

Presidente quer ganhar maior eleitorado para disputa de novembro

Presidente quer ganhar maior eleitorado para disputa de novembro

Brendan SMIALOWSKI/AFP/JC
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Folhapress
Joe Biden resolveu recorrer a drogas na corrida contra Donald Trump. Especificamente, à maconha. O presidente, que se destacou no campo democrata durante seus anos no Senado como um apoiador fervoroso da guerra às drogas, está prestes a promover o maior afrouxamento da regulação federal da canabis em décadas.
Joe Biden resolveu recorrer a drogas na corrida contra Donald Trump. Especificamente, à maconha. O presidente, que se destacou no campo democrata durante seus anos no Senado como um apoiador fervoroso da guerra às drogas, está prestes a promover o maior afrouxamento da regulação federal da canabis em décadas.
O movimento é visto pela campanha como uma oportunidade de recuperar a simpatia dos jovens, grupo essencial para a vitória em 2020, mas que vem se distanciando de Biden por seu apoio a Israel na guerra Israel-Hamas.
Um gesto simbólico importante ocorreu no início de março, quando Biden entrou para a história como o primeiro a defender o afrouxamento da regulação federal da maconha no tradicional discurso Estado da União.
Sob aplausos de seus colegas de partido, ele destacou que instruiu seu governo "a revisar a classificação federal da maconha e expurgar milhares de condenações por mera posse, porque ninguém deve ser preso simplesmente por usar ou ter isso em seu registro".
Há duas décadas, uma menção do tipo seria impensável para um candidato em ano eleitoral, mas a opinião da população mudou tanto que, hoje, o tema está longe de ser polêmico: 70% dos norte-americanos afirmam que o uso de maconha deve ser legalizado, segundo pesquisa Gallup realizada em outubro.
O percentual é praticamente o dobro do registrado em 2003 (34%) e sobe para 79% na faixa etária de 18 a 34 anos. Até entre republicanos, o segmento mais conservador do eleitorado, a maioria é favorável (55%).
Junto com aborto, é uma das questões em que a posição do governo Biden está claramente alinhada com a da maioria do eleitorado, enquanto Trump é ambíguo.
Atualmente o uso recreativo da maconha é legal em 24 estados, e o medicinal, em outros 12. Alguns preveem novos plebiscitos sobre o tema neste ano. Embora os estados tenham autonomia para regular a droga, ela ainda é banida em nível federal - mudar isso exige aprovação do Congresso, algo ainda considerado improvável.
Assim, a atitude mais importante tomada por Biden nessa seara foi abrir caminho para a reclassificação da canabis de uma substância nível 1 (grupo que abarca heroína e LSD, por exemplo) para nível 3 (categoria onde estão analgésicos como o Tylenol e esteroides).
Em resposta a um pedido de revisão do presidente, o Departamento de Saúde recomendou a mudança no final do ano passado, e agora aguarda apenas o posicionamento do DEA (a agência de combate às drogas) para prosseguir - o que é esperado para as próximas semanas, segundo a imprensa norte-americana.

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