Na mesma região onde teve início o ataque do Hamas a Israel no dia 7 de outubro, o kibbutz Re'im, onde ocorria um festival de música eletrônica no qual mais de 250 participantes foram mortos, teve início nesta quarta-feira (28) uma marcha pelos reféns que seguem em Gaza.
Organizado pelo Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, o movimento pretende caminhar por quatro dias seguidos. Saindo de Re'im, uma das aldeias vizinhas a Gaza, passará por Sderot, Kiryat Gat, Beit Govrin, Beit Shemesh e, finalmente, terminará em Jerusalém.
Haim Rubinstein, porta-voz do grupo, disse que Re'im era o ponto inicial para "lembrar os jovens que queriam festejar e amar e se encontraram em um pesadelo que ninguém poderia imaginar", segundo relatos do jornal Times of Israel.
Brasileiros também foram mortos naquela festa, como o gaúcho Ranani Glazer e a carioca Bruna Valeanu, cujo enterro em Israel reuniu milhares de pessoas.
Acredita-se que cerca de cem reféns ainda estejam sob controle do Hamas e possam estar vivos. Nos acordos do final de 2023, foram libertadas mulheres e crianças, mas homens e soldados ficaram de fora. Em tratativas paralelas, alguns cidadãos russos e outros tailandeses que haviam sido capturados também foram soltos.
Um dos prováveis reféns é o brasileiro-israelense Michel Nisenbaum, natural de NIterói. No início do mês, o Exército de Israel comunicou a cerca de 30 famílias de reféns que seus entes haviam morrido em Gaza, e os familiares de Michel não foram procurados, o que os mantém com a esperança de que ele esteja vivo.
O "timing" para a marcha dos familiares não é ao acaso. Nesta semana, desenrolam-se no Catar, negociações entre Israel e o Hamas para uma nova trégua que permita a libertação de mais reféns em troca de prisioneiros palestinos acusados de terrorismo por Tel Aviv.
Há muitas dúvidas sobre qual será a posição da facção terrorista em relação ao documento da trégua, que foi elaborado por Israel, Estados Unidos, Catar e Egito em Paris ao longo da semana passada.
Na noite desta terça-feira (27), diferentes relatos na mídia israelense conflitaram sobre a perspectiva para o documento. A emissora pública Kan, citando um alto funcionário israelense, falou em "otimismo, ainda que muito cautelo" sobre as tratativas.
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Mas pouco depois a Rádio do Exército, Galatz, como é comumente conhecida no país, afirmou que representantes do Hamas teriam chamado o texto proposto de "um documento sionista" e reclamado que o esboço não incluía a demanda pelo fim definitivo dos ataques a Gaza, tampouco a permissão para que os civis retornem à porção norte do território palestino ocupado.
Folhapress