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Publicada em 27 de Fevereiro de 2024 às 17:20

Lula diz que não usou a palavra Holocausto em fala sobre Israel

Presidente disse que sua fala foi mal interpretada por Netanyahu

Presidente disse que sua fala foi mal interpretada por Netanyahu

EVARISTO SA/AFP/JC
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Folhapress
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (27) que não utilizou a palavra "Holocausto" em sua fala em uma entrevista coletiva na Etiópia, apesar de ter comparado as ações militares de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (27) que não utilizou a palavra "Holocausto" em sua fala em uma entrevista coletiva na Etiópia, apesar de ter comparado as ações militares de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler.
De acordo com Lula, a sua fala, que desencadeou uma crise diplomática, foi assim interpretada pelo primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. "Primeiro que eu não disse a palavra holocausto. Holocausto foi interpretação do primeiro-ministro de Israel. Não foi minha", disse, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, na Rede TV.
Lula efetivamente não utilizou a palavra "Holocausto" durante entrevista concedida em Addis Abeba. No entanto, o termo está diretamente ligado ao extermínio do povo judeu, justamente a ação mais grave cometida por Hitler contra um povo.
"Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou Lula na Etiópia.
O presidente tem reiterado que vê genocídio nas ações militares de Israel no território palestino. Na entrevista à Rede TV, o mandatário repetiu que defende um cessar-fogo na região. Disse, ainda, não esperar que o Netanyahu compreenda, devido à sua ideologia - que Lula não define.
"O que nós estamos clamando: que pare os tiroteios, que permita que tenha a chegada de alimento, remédio, de médico, enfermeiro, para que a gente tenha um corredor humanitário e tratar das pessoas. É isso", disse.
"Agora veja, eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender. Porque eu conheço o cidadão historicamente já há algum tempo, eu sei o que ele pensa ideologicamente", completou.
O governo Netanyahu é de direita e foi próximo ao de Jair Bolsonaro (PL). Em meio à crise entre os dois países, o chanceler Israel Katz chegou a compartilhar uma foto da manifestação na Avenida Paulista em defesa de Bolsonaro, no último domingo (25), em que aparecia uma bandeira de Israel.
O Brasil vive atualmente uma crise diplomática com Israel, que teve início justamente após a fala de Lula, que foi considerado “persona non grata” pelo governo israelense.

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