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Publicada em 22 de Fevereiro de 2024 às 16:29

G-20 avança em consenso por criação de Estado palestino

Vieira voltou a defender uma reforma ampla da governança global

Vieira voltou a defender uma reforma ampla da governança global

MAURO PIMENTEL/AFP/JC
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Agência Estado
A reunião de ministros das Relações Exteriores do G-20 avançou na construção de um consenso sobre a necessidade de constituição do um Estado da Palestina, como forma de encaminhar a paz no Oriente Médio. A proposta vem sendo rechaçada abertamente por Israel, em guerra com o grupo terrorista Hamas.
A reunião de ministros das Relações Exteriores do G-20 avançou na construção de um consenso sobre a necessidade de constituição do um Estado da Palestina, como forma de encaminhar a paz no Oriente Médio. A proposta vem sendo rechaçada abertamente por Israel, em guerra com o grupo terrorista Hamas.
A chamada "solução de dois Estados" recebeu ampla manifestação de apoio durante o encontro fechado de chanceleres no Rio, como notaram os representantes dos Estados Unidos, Antony Blinken, e da União Europeia, Joseph Borrell. Ao todo 30 países e 15 organizações internacionais enviaram representantes.
Principal aliado de Israel na arena global, os EUA reagiram positivamente aos discursos no plenário. O governo Joe Biden já havia passado a pressionar o premiê israelense Binyamin Netanyahu em favor da criação do Estado palestino quando a guerra contra o Hamas, na Faixa de Gaza, terminar.
"Vejo que temos um virtual consenso sobre a necessidade de criação do Estado Palestino", disse na primeira sessão de debates Blinken, segundo relataram dois diplomatas brasileiros que assistiram aos discursos. O governo norte-americano não divulgou o teor das declarações do secretário.
A unanimidade em favor da "solução de dois Estados" foi o maior avanço diplomático nas discussões geopolíticas do G-20 no Rio, segundo os diplomatas brasileiros. A dificuldade é ressuscitar a ideia de um Estado palestino, uma discussão que está congelada desde 2013.
Alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Joseph Borrell concordou que também via posicionamento unânime na plenária do G-20 em favor do Estado da Palestina. Ele sugeriu que a questão deveria ser encaminhada e pautada na Assembleia Geral da ONU e no Conselho de Segurança.
"Caros ministros, podemos discordar sobre a Ucrânia, mas concordamos sobre a necessidade de uma solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina. E se há um consenso de que apenas uma solução de dois Estados resolverá este conflito - conflito demasiado duradouro -, então precisamos redobrar os nossos esforços para implementar esta solução", disse Borrell.
Em seu balanço final sobre a reunião de chanceleres do G-20 e países convidados, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, voltou a defender uma reforma ampla da governança global. "Todos concordaram quanto ao fato de que as principais instituições multilaterais, como ONU, Organização Mundial do Comércio (OMC), Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, entre outras, precisam de reformas para se adaptarem ao desafio do mundo atual", disse Vieira.

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