Dois dias após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparar as ações militares de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, voltou a cobrar do presidente brasileiro um pedido de desculpas.
"Milhões de judeus em todo o mundo estão à espera do seu pedido de desculpas. Como ousa comparar Israel a Hitler?", escreveu nesta terça, em português, na plataforma X. Ele marcou o perfil de Lula na publicação. "Que vergonha. Sua comparação é promíscua e delirante. Uma vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas. Até lá, continuará sendo persona non grata em Israel!", acrescentou o chanceler.
Katz escreveu que milhões de pessoas sob o regime nazista de Hitler foram enviadas para guetos e forçadas a trabalhar, tiveram suas propriedades roubadas e ainda acabaram assassinadas com uma "brutalidade sem fim".
Israel, por sua vez, teria embarcado em uma "guerra defensiva" contra os "novos nazistas que assassinaram qualquer judeu que viam pela frente", segundo Katz, em referência aos atentados perpetrados pelo Hamas em outubro. "Eles assassinaram uma garota em uma cadeira de rodas. Eles sequestraram bebês. Se não tivéssemos um Exército, eles teriam assassinado mais dezenas de milhares."
Em resposta aos ataques, Israel declarou guerra contra o Hamas e passou a bombardear Gaza com o objetivo de "aniquilar" o grupo terrorista. Em quatro meses de conflito, mais de 29 mil pessoas, a maioria civis, foram mortas no território palestino, segundo o Ministério da Saúde local.
O presidente Lula afirmou no domingo que as ações militares de Israel na Faixa de Gaza configuram um genocídio e ainda fez um paralelo com o extermínio de judeus promovido por Hitler, atingindo em cheio o povo de Israel.
Folhapress