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Publicada em 20 de Fevereiro de 2024 às 20:07

Blinken chega ao Brasil com diplomacia de Lula sob pressão

Blinken irá discutir a guerra de Israel e outros temas com o líder petista

Blinken irá discutir a guerra de Israel e outros temas com o líder petista

Mark Schiefelbein/AFP/JC
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Agência Estado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que chegou nesta terça-feira (20) ao Brasil. A visita, no âmbito da reunião de chanceleres do G-20, no Rio, ocorre em um momento no qual a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza coloca as diplomacias de Brasil e Estados Unidos, na defensiva, ainda que por motivos distintos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que chegou nesta terça-feira (20) ao Brasil. A visita, no âmbito da reunião de chanceleres do G-20, no Rio, ocorre em um momento no qual a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza coloca as diplomacias de Brasil e Estados Unidos, na defensiva, ainda que por motivos distintos.
Do lado brasileiro, Lula contratou uma crise desnecessária com Israel ao comparar o Holocausto com a invasão de Gaza. A declaração ofensiva à memória das vítimas do regime nazista, contra o qual os pracinhas brasileiros lutaram na 2ª Guerra, se soma a uma sequência de falas críticas a Israel desde o ano passado, que contraria a posição clássica da diplomacia brasileira e enfraquecem a própria ambição do petista de se apresentar como um negociador pela paz, já demonstrada nas também polêmicas declarações sobre a guerra na Ucrânia contra a Rússia.
Após a declaração de Lula, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, convocou o embaixador Frederico Meyer para protestos, com direito a uma visita ao Museu do Holocausto que serviu como reprimenda ao diplomata. Seu chanceler, Israel Katz, declarou Lula 'persona non grata' no país. Em resposta, o petista mandou Meyer retornar ao Brasil para consultas, um sinal de crise na relação bilateral.
Lula voltou à presidência com um programa de política externa que prometia trazer o Brasil de volta à arena internacional, após quatro anos da diplomacia desastrosa do bolsonarismo. A viagem à COP (convenção climática da ONU) de Sharm el-Sheikh, ainda antes da posse, sinalizou um presidente que pretendia fazer da questão climática o cartão de visitas.
Do lado norte-americano, a Casa Branca de Blinken e Joe Biden, enfrenta uma outra crise que também envolve a guerra em Gaza. O apoio inabalável americano a Israel provocou fortes críticas da base do Partido Democrata, sobretudo dos eleitores mais jovens, que foram cruciais para a vitória de Biden contra Trump quatro anos atrás.
Em meio a essas crises paralelas, o encontro entre Lula e Blinken será marcado também por um elefante cada vez maior na sala das relações bilaterais. Enquanto questões como o clima e relações trabalhistas aproximam o Planalto e a Casa Branca, as relações de Lula com o eixo Pequim-Moscou são vistas com ceticismo em Washington.
A primeira reunião ministerial do G-20 sob a presidência brasileira tem início hoje com chanceleres dos países na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. O encontro acontece até amanhã e marca as atividades antes da Cúpula que reunirá chefes de Estado e de governo em novembro, também no Rio.
 

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