Milhares de soldados israelenses estão deixando a Faixa de Gaza, informaram nesta segunda-feira, dia 1º, as Forças Armadas do país. Trata-se da primeira retirada significativa de tropas desde o início da guerra, porém forças de Israel continuam presentes na principal cidade no sul do enclave.
Milhares de soldados israelenses estão deixando a Faixa de Gaza, informaram nesta segunda-feira, dia 1º, as Forças Armadas do país. Trata-se da primeira retirada significativa de tropas desde o início da guerra, porém forças de Israel continuam presentes na principal cidade no sul do enclave.
O movimento das tropas poderia significar que os confrontos estão sendo reduzidos em algumas áreas de Gaza, sobretudo na metade norte da região, onde militares haviam dito que estavam próximos de assumir o controle operacional. Israel tem sido pressionado pelo seu principal aliado, os Estados Unidos, a começar a fazer uma transição para um confronto de menor intensidade. Os relatos sobre um recuo ocorrem antes de uma visita do secretário de Estado americano, Antony Blinken, à região, após o governo Joe Biden ter contornado o Congresso pela segunda vez em dezembro para aprovar vendas de armas emergenciais para Israel.
Mas os
duros confrontos continuam em outras áreas da Faixa de Gaza, sobretudo na cidade de Khan Younis, no sul do país, e em zonas centrais do território. Israel tem afirmado que manterá os ataques até que seus objetivos na guerra sejam atingidos, inclusive desmantelar o Hamas, que controla Gaza há 16 anos.
Os militares israelenses afirmaram nesta segunda-feira em comunicado que cinco brigadas estavam sendo retiradas de Gaza nas últimas semanas para treinamento e repouso. Em briefing no domingo, 31, Daniel Hagari, porta-voz do Exército, anunciou a retirada, sem especificar o número de soldados que saíam de Gaza nem dizer se isso significava uma nova fase da guerra. "Os objetivos da guerra exigem combate prolongado, e estamos nos preparando de acordo", afirmou.
Israel tem prometido esmagar as forças do Hamas e sua capacidade de governar, na guerra detonada pelo ataque do grupo militante em 7 de outubro no sul israelense, que deixou 1.200 mortos. Quase 240 pessoas foram feitas reféns no episódio. Israel respondeu com uma ofensiva por ar, mar e terra, que já matou mais de 21.800 pessoas na Faixa de Gaza, dois terços delas mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde em Gaza, que não diferencia civis e combatentes nessa contagem. Israel diz que mais de 8 mil militantes foram mortos, sem fornecer evidências, e culpa o Hamas pelo alto número de civis mortos, dizendo que os militantes usam para se esconder áreas residenciais, inclusive escolas e hospitais.
A guerra forçou o deslocamento de cerca de 85% dos 2,3 milhões de moradores em Gaza. Fonte: Associated Press.