Militares de Israel se disfarçaram de médicos e pacientes, invadiram um hospital na Cisjordânia ocupada e mataram três palestinos que estariam armados durante uma operação ocorrida nesta terça-feira (30).
Imagens divulgadas pela rede chinesa CCTV mostram uma dúzia de soldados, alguns usando trajes femininos e outros vestidos de profissionais de saúde, andando por um corredor da unidade médica com armas em punho. A operação foi coordenada por uma unidade secreta das forças israelenses.
Ao menos três palestinos foram mortos durante a invasão ao hospital Ibn Sina, localizado na cidade de Jenin. Um deles foi identificado por Tel Aviv como Mohammed Jalamneh, 27 anos, e acusado de manter contatos com o quartel-general do Hamas no exterior e de planejar um novo ataque contra Israel inspirado nos atentados de 7 de outubro, quando terroristas assassinaram cerca de 1.200 pessoas.
Líderes do Hamas admitiram que um dos mortos pertencia ao grupo. Os outros dois seriam irmãos e integrantes da facção Jihad Islâmico, que também atua na Faixa de Gaza. O hospital Ibn Sina comunicou que um deles recebia tratamento para um ferimento que havia paralisado suas pernas.
Segundo Tel Aviv, a operação comprova que os terroristas do Hamas se abrigam em áreas civis, incluindo hospitais, e usam a população como escudo. A facção já rejeitou várias vezes as acusações.
A operação é mais um sinal de que a guerra de Israel contra o Hamas em Gaza está se espalhando para outras frentes. Embora a Cisjordânia - uma área que os palestinos pretendem que faça parte de um Estado independente - tenha registrado um aumento da violência mesmo antes da eclosão da guerra de Gaza, o ataque ao hospital pode estimular uma fase mais intensa no conflito.
Em Gaza, as forças israelenses voltaram a travar batalhas contra membros do Hamas no Norte do território, enquanto regiões do Sul foram atingidos por bombardeios. Desde o início da guerra, 26.637 palestinos foram mortos e mais de 65 mil ficaram feridos, segundo a organização terrorista. O número de mortes aumenta a cada dia.
Israel, por sua vez, afirma que suas forças em Gaza mataram cerca de 9 mil pessoas que estariam envolvidas em ações terroristas, e que 221 de seus soldados foram mortos nos combates. Enquanto isso, os Estados Unidos estavam avaliando uma resposta a um ataque de drone realizado por grupos apoiados pelo Irã, que matou três soldados americanos na Jordânia na noite de sábado (27).
Folhapress