O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, descreveu as negociações de domingo (28), para libertação de reféns sob poder do grupo terrorista Hamas como "construtivas", mas alertou que ainda persistiam "lacunas significativas". Netanyahu declarou que as discussões continuariam esta semana, sinalizando, ao menos, o potencial de progresso em direção a um acordo, à medida que os combates se aproximam do quarto mês.
Após as negociações em Paris, autoridades do Egito e do Catar - dois países que serviram como intermediários desde o início dos combates - deveriam apresentar ao Hamas uma nova proposta de trégua israelense. Uma pessoa com familiaridade sobre as negociações disse que Israel apresentou uma proposta para o Egito e o Catar para levar ao Hamas, cujo ataque mortal de 7 de outubro desencadeou a guerra retaliatória de Israel contra o grupo em Gaza.
Durante a discussão, houve progresso suficiente para que Egito e Catar considerassem que valia a pena apresentar a nova proposta ao Hamas, disse a fonte, falando sob condição de anonimato para discutir uma diplomacia delicada.
Os participantes da reunião de domingo incluíram o C.I.A. diretor, William J. Burns; o chefe da espionagem de Israel, David Barnea; o chefe do Shin Bet, agência de segurança interna de Israel, Ronen Bar; o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim al-Thani, e o ministro da inteligência do Egito, general Abbas Kamel.
Os negociadores planejavam deixar Paris, mas as discussões deveriam continuar nos próximos dias na esperança de que a nova proposta rompesse o impasse, disse a fonte sem divulgar detalhes sobre a proposta. Não houve informações imediatas sobre onde ou quando ocorreriam novas negociações, ou quem poderia participar delas.
Nos últimos dias, negociadores liderados pelos EUA desenvolveram um projeto de acordo escrito que fundia propostas apresentadas por Israel e pelo Hamas em um quadro básico que levaria Israel a suspender a guerra em Gaza durante cerca de dois meses em troca da libertação, em fases, de mais de 100 reféns ainda detidas pelo Hamas.
Os esforços para libertar mais reféns estagnaram desde que um acordo inicial em novembro resultou numa pausa de uma semana nos combates e na libertação de mais de 100 reféns pelo Hamas e de cerca de 240 prisioneiros palestinos detidos por Israel.
LEIA TAMBÉM: ONU rejeita pedido para Israel parar guerra e pede respeito à Convenção contra Genocídio
Mas a pressão por um novo acordo surge à medida que as famílias dos reféns e seus apoiadores aumentaram a pressão sobre o governo israelense para priorizar a libertação deles em vez de continuar com os combates, e à medida que a escassez de alimentos e água agrava a crise humanitária em Gaza, onde autoridades de saúde afirmaram que mais de 26 mil pessoas morreram desde o início da resposta militar de Israel.