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Publicada em 23 de Janeiro de 2024 às 15:45

Milei recua em texto final do pacote de reformas

Em semana decisiva, presidente cedeu em 141 artigos do pacote de reformas

Em semana decisiva, presidente cedeu em 141 artigos do pacote de reformas

Fabrice COFFRINI/AFP/JC
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Agência Estado
Javier Milei enviou ao Congresso na segunda-feira (22), o texto final da chamada "Lei Ómnibus", que prevê reformas inéditas para economia da Argentina. No começo de uma semana considerada decisiva, o governo cedeu em 141 artigos, embora já tenha dito anteriormente que o pacote "não é negociável".
Javier Milei enviou ao Congresso na segunda-feira (22), o texto final da chamada "Lei Ómnibus", que prevê reformas inéditas para economia da Argentina. No começo de uma semana considerada decisiva, o governo cedeu em 141 artigos, embora já tenha dito anteriormente que o pacote "não é negociável".
Em meio ao esforço para aprovação, o projeto passou de 664 para 523 artigos. Entre as mudanças, está a retirada da petrolífera Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF) do plano de privatizações. Também houve recuo em artigos relacionados à aposentadorias, exportações, reforma do Estado e sistema eleitoral, entre outros.
Milei quer aprovar a reforma nesta quinta-feira (25), mas a proposta enfrenta resistências e, após duas semanas, ainda espera o aval das comissões da Câmara para ser votada em plenário. O governo tem apenas 38 deputados e precisa de no mínimo mais 91 para que o pacote avance.
Por isso, o governo tenta garantir votos de outros partidos aliados, principalmente o Proposta Republicana (PRO), que faz parte da coalizão de centro-direita Juntos pela Mudança, da ministra da Segurança Patricia Bullrich.
Nesta segunda, Milei se reuniu com o presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara, José Luis Espert, que deixou o partido do presidente, o Liberdade Avança, e passou a integrar o Juntos pela Mudança. A reunião foi marcada diante da semana descrita como "chave" para a lei.
Essa é considerada uma das prioridades para o libertário. Junto com o megadecreto, a Lei Ómnibus soma mais de mil medidas, que têm o objetivo de levar o conceito de livre mercado para praticamente todos os aspectos da economia argentina. O primeiro entrou em vigor imediatamente, mas enfrenta questionamentos na justiça e ainda precisa passar por uma comissão do Congresso.
Nesta quarta-feira (24) é esperada uma greve geral na Argentina, convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal organização sindical do país, que se opõe às mudanças propostas pelo governo. O movimento deve se reunir em frente ao Congresso e pressionar contra aprovação da lei.

Governo alerta que ajuste será mais forte se pacote não for aprovado

O governo da Argentina alertou que o ajuste será maior para todos, não só para a administração nacional, mas também em relação às transferências para as províncias, caso o pacote de reformas proposto pelo presidente Javier Milei não seja aprovado pelo Congresso.

Em sua habitual entrevista coletiva, o porta-voz do governo, Manuel Adorni, disse que o equilíbrio das contas públicas e o déficit zero são pontos inegociáveis. A administração pública nacional fará uma revisão de cada item de recursos aportados nas diferentes províncias, afirmou.
LEIA TAMBÉM: Novo acordo com o FMI coloca programa atual da Argentina no caminho certo

"Estamos levantando uma hipótese sobre o que aconteceria se a lei não fosse aprovada e eu digo agora, porque não vai ter outro jeito, é continuar com o ajuste das contas públicas", completou.

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