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Publicada em 17 de Janeiro de 2024 às 16:05

Ocidente está em perigo porque governos abraçaram 'coletivismo', diz Milei

Líder argentino criticou as teorias econômicas clássicas

Líder argentino criticou as teorias econômicas clássicas

Fabrice COFFRINI/AFP/JC
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Folhapress
Recebido pela organização do Fórum Econômico Mundial em Davos como alguém que ao ser eleito "infundiu um novo espírito" em prol da liberdade econômica, o presidente da Argentina, Javier Milei, em sua primeira viagem internacional desde que assumiu a Casa Rosada, afirmou que "o Ocidente está em perigo por causa de ideias socialistas" abraçadas por líderes globais.
Recebido pela organização do Fórum Econômico Mundial em Davos como alguém que ao ser eleito "infundiu um novo espírito" em prol da liberdade econômica, o presidente da Argentina, Javier Milei, em sua primeira viagem internacional desde que assumiu a Casa Rosada, afirmou que "o Ocidente está em perigo por causa de ideias socialistas" abraçadas por líderes globais.
"O Ocidente está em perigo porque naqueles países que deveriam defender o liberalismo, a defesa da propriedade, a liberdade, estão abrindo as portas para o coletivismo", disse.
Em um discurso de 22 minutos no qual afirmou que o Estado "não é solução, mas problema" e encerrado com um aplaudido "viva la libertad, carajo", ele colocou a Argentina como parceiro de negócios disponível e a total desregulamentação da economia como panaceia.
Milei, disse ainda que pretende ampliar a parceria comercial com o Brasil. “Continuaremos a manter uma relação adulta”, respondeu o presidente a jornalistas brasileiros em Davos ao ser indagado sobre como estavam as relações com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente brasileiro não compareceu, em dezembro, à posse do ultraliberal, que já lhe dirigiu diversas críticas.
Questionado sobre o que seria uma “relação adulta”, Milei resumiu: “trabalharemos juntos por nossa entrada na OCDE [organização que reúne países ricos] e ampliaremos a parceria comercial”.
Milei, empossado em dezembro após vencer as eleições impulsionado por uma fala ultraliberal, fez um discurso mais conectado com a plateia e a comunidade internacional do que outros líderes da direita radical que subiram ao mesmo palco em outros anos, como o brasileiro Jair Bolsonaro, que falou por oito minutos, embora dispusesse de mais tempo, e o norte-americano Donald Trump, que levou uma fanfarra para abrir sua apresentação.
Usando como contraexemplo o declínio econômico argentino, exaltou as benesses do livre mercado, da desregulação, da redução de imposto e da liberdade. Incluiu no discurso, entretanto, a "defesa da vida" (jargão antiaborto), que contradiz os primeiros libertários que defendeu.
"Dizem que o capitalismo é mau por ser individualista e que o socialismo é bom por ser coletivista", afirmou, para risos da plateia. "A ideia de justiça social é injusta porque é violenta, e é injusta porque o Estado se financia com impostos."
Mas Milei foi recebido com descrença ao afirmar que não vê diferenças fundamentais entre nazistas, comunistas, fascistas, socialistas, progressistas, globalistas, sociais-democratas e nacionalistas: são todos, a seu ver, coletivistas.
Em sua longa defesa para a redução do papel do Estado, citou o capitalismo como enriquecedor e o socialismo como "invariavelmente" produtor de miséria. Com números de crescimento econômico da Argentina e do mundo dentro de determinados períodos, conseguiu manter a atenção do público em suas teses.
Ele criticou também as teorias econômicas clássicas, por "abrir as portas ao socialismo" e "condenar a sociedade à pobreza" ao regular o mercado, vetar monopólios e tributar a riqueza.
Mas não teve o mesmo sucesso com o público ao fazer críticas a baluartes progressistas não exclusivos da esquerda. Criticou o feminismo, chamando-o de uma ideia ridícula para opor homens e mulheres; a agenda para conter a mudança climática, que, em sua visão, coloca o homem contra a natureza; e o direito ao aborto.

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