Os rebeldes iemenitas houthis, aliados do Irã, do Hamas e do Hezbollah, lançaram nesta quarta (10) seu maior e mais complexo ataque no mar Vermelho desde que a guerra explodiu entre o grupo terrorista palestino e Israel.
Caças norte-americanos e navios de guerra de Washington e de Londres interceptaram uma combinação de 18 drones, dois mísseis de cruzeiro e um míssil antinavio em pelo menos duas localidades próximas da costa do Iêmen.
Segundo os aliados ocidentais, todos os armamentos foram derrubados sem deixar danos. Inicialmente, norte-americanos e britânicos afirmaram que apenas navios mercantes haviam sido alvo da ação. O porta-voz houthi Yahya Saree afirmou em discurso que suas forças haviam mirado uma embarcação americana com armamentos para Israel, sem detalhar, e que era uma retaliação pela morte de soldados do grupo em lanchas afundadas pelos EUA na semana passada.
Já o ministro da Defesa do Reino Unido, Grant Shapps, afirmou acreditar que os destróieres também eram objeto do ataque. Segundo o Comando Central das Forças Armadas dos EUA, "este foi o 26º ataque houthi contra rotas comerciais no mar Vermelho desde 19 de novembro".
A ação ocorreu próximo aos portos iemenitas de Hodeida e Mokha, segundo a empresa de inteligência Ambrey, especializada em segurança marítima. Os houthis, xiitas como seus patronos em Teerã, lutam uma guerra civil desde 2014, tendo expulsado o governo local da capital, Sanaã, para áreas ao sul do país.
Seus ataques alegadamente visam navios com alguma ligação com Israel, a quem atacaram pontualmente no começo da guerra em 7 de outubro, sem sucesso devido às defesas aéreas do Estado judeu. Desde novembro, suas ações focam as águas perigosas da região.
Pelo mar Vermelho passa cerca de 15% do comércio por navios do mundo. Diversas empresas de carga desviaram suas rotas da região, mesmo com a proteção reforçada por um grupo de porta-aviões americano por lá. Preços de frete e do petróleo subiram, embora o impacto de longo prazo ainda não seja claro.