O Hezbollah promoveu nesta terça-feira (9) um ataque robusto com drones explosivos contra uma base de Israel em resposta às ofensivas de Tel Aviv no Líbano, país em parte controlado pelo grupo islâmico extremista. A ofensiva reforça o temor de propagação do conflito contra o Hamas no Oriente Médio.
A facção disse que os drones atingiram o quartel-general do Exército israelense na cidade de Safed, no Norte do país. Foi a primeira vez que o grupo atacou a base, localizada a cerca de 8 km da fronteira com o Líbano, durante a guerra na Faixa de Gaza, iniciada há pouco mais de três meses. A estrutura serve como importante centro logístico para Tel Aviv.
Um porta-voz das Forças Armadas de Israel confirmou o ataque, mas minimizou a ação, acrescentando que não houve danos ou vítimas. O militar não especificou o local a qual se referia nem divulgou detalhes da ofensiva.
A tensão entre o Estado judeu e o Hezbollah vinha sendo equilibrada desde o início da guerra entre Tel Aviv e o Hamas palestino, mas tem crescido nas últimas semanas.
O Hezbollah disse que o ataque é uma retaliação pelo assassinato, na semana passada, do vice-líder do Hamas, Saleh al-Arouri, em Beirute, a capital libanesa, em ataque atribuído a Israel. Também afirmou se tratar de uma vingança à morte de um dos chefes da força de elite do grupo ocorrida nesta segunda (8) durante bombardeio israelense no sul do Líbano.
Mais de 130 combatentes do Hezbollah foram mortos no Líbano durante as hostilidades com Israel, no pior confronto entre eles desde o fim da guerra em 2006. A violência forçou dezenas de milhares de pessoas a fugirem de suas casas em ambos os lados da fronteira e levantou a preocupação de que o conflito poderia se intensificar e se espalhar na região.
Após o ataque contra Safed, outro comandante do Hezbollah foi morto no Sul do Líbano, segundo o jornal The Times of Israel. Ali Hussein Barji, atingido por um bombardeio em um carro na cidade de Khirbet Selm, seria responsável por dezenas de ataques com drones ao Norte de Israel nos últimos meses.
Os EUA enviaram porta-aviões para dissuadir o Hezbollah de tomar ações mais incisivas. Mas o navio que pressionava o grupo extremista pelo flanco esquerdo, no Mediterrâneo, deixou a região na semana passada. Ainda há um outro porta-aviões norte-americano no Oriente Médio, baseado por ora no mar Vermelho.
Folhapress