O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou ontem que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, não era diferente de Adolf Hitler, e comparou os ataques das Forças Armadas israelenses na Faixa de Gaza ao tratamento dos judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
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Em um evento em Ancara, Erdogan também reiterou suas críticas ao apoio ocidental a Tel Aviv, acrescentando que a Turquia estava pronta para acolher acadêmicos e cientistas que enfrentassem perseguição devido a suas opiniões sobre o conflito em Gaza entre Israel e Hamas.
O líder turco afirmou que Netanyahu "é mais rico que Hitler" e "obtém todo o tipo de apoio dos países ocidentais e dos EUA". Erdogan definiu Israel como um "Estado terrorista", chamou Netanyahu de "açougueiro de Gaza" e considerou o Hamas, que governa o território palestino conflagrado, como um "grupo de libertação".
Em seguida, Netanyahu respondeu ao presidente turco, a quem acusou de cometer genocídio contra a população curda e de prender jornalistas, dizendo que Erdogan é "a última pessoa que deveria pregar moral".
Não é a primeira vez que ele se utiliza de comparações com episódios e personagens do nazismo e do Holocausto, o assassinato de cerca de 6 milhões de judeus pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. No fim de novembro, Erdogan sugeriu, em evento em Berlim, que a Alemanha apoia Israel na guerra contra o Hamas por sentir culpa pelo Holocausto.
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Anteriormente em novembro, o líder turco pediu uma conferência de paz internacional para encontrar uma solução permanente para o conflito entre Israel e palestinos. Em outubro, o presidente turco afirmou ao Parlamento de seu país que o Hamas não era um grupo terrorista. A fala provocou dura reação em Israel em um momento em que os dois países se reaproximavam. A fala marcou o início de uma mudança de posição de Erdogan.
Folhapress