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Publicada em 15 de Novembro de 2023 às 15:47

Israel invade maior hospital de Gaza atrás do Hamas

Forças de Defesa Israelenses entraram no local com seis tanques

Forças de Defesa Israelenses entraram no local com seis tanques

Israeli Defence Forces/AFP/JC
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Folhapress
As Forças de Defesa de Israel (IDF) invadiram o maior hospital da Faixa de Gaza, o Al-Shifa, na madrugada desta quarta-feira (15). Os militares dizem que o local era usado como base de comando pelo Hamas, o que o grupo terrorista nega.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) invadiram o maior hospital da Faixa de Gaza, o Al-Shifa, na madrugada desta quarta-feira (15). Os militares dizem que o local era usado como base de comando pelo Hamas, o que o grupo terrorista nega.
Ao longo da quarta, diferentes porta-vozes militares de Israel disseram ter encontrado armas e infraestrutura provando que o local era um centro importante para ações militares, escudado pelos seus milhares de pacientes. Não foram apresentadas evidências disso até aqui.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) condenou a ação, que considerou "inaceitável". "Hospitais não são campos de batalha", postou no X (ex-Twitter) Thedros Adhanom, chefe da OMS. Não houve relatos, após informações desencontradas, de confronto dentro da unidade.
Trata-se de uma das mais delicadas ações do Estado judeu desde que ele iniciou a guerra para destruir o Hamas -que promoveu no dia 7 de outubro o maior ataque terrorista dos 75 anos de história israelense, matando ao menos 1.200 pessoas e tomando 240 reféns. "Não há lugar em Gaza que nós não possamos chegar, nenhum abrigo para os assassinos do Hamas", disse o premiê Binyamin Netanyahu.
A retaliação tem sido brutal, com sua proporção sendo condenada pela ONU e colocada em dúvida até por setores do governo americano, maior aliado de Tel Aviv. Os palestinos pararam de contar os óbitos nesta terça, devido a falhas de comunicação, mas falavam em cerca de 11,2 mil mortos até então.
"A operação é baseada em inteligência e necessidade operacional. A ação não quer machucar pacientes, equipes médicas ou os cidadãos que estão no hospital", afirmou Daniel Hagari, o porta-voz militar das IDF. Segundo a OMS, no domingo (12) havia cerca de 1.500 refugiados, 600 pacientes e 500 médicos e funcionários no local.
Pouco antes, às 2h, o Exército afirmou no X que conduzia "uma operação precisa e focada numa área específica do Hospital Al-Shifa". Elas afirmaram ter equipes médicas que falam árabe para operar o local e disseram ter dado 12 horas para que o Hamas se rendesse -"infelizmente, eles não o fizeram", completava o texto.
Segundo testemunhas, cujos relatos não foram comprovados, seis tanques invadiram o complexo e cerca de cem soldados, uma ala do local. Na quarta, num esforço para comprovar suas intenções, as IDF divulgaram fotos e vídeos de caixas identificadas com cartazes em inglês como sendo de suprimentos médicos sendo entregues ao local.
Nos últimos dias, Hagari e outros oficiais sustentavam que o hospital mantinha terroristas do Hamas em suas dependências, além de abrigar um centro de comando militar do grupo palestino que comanda Gaza desde 2007. Esse centro fica, dizem as IDF, em túneis abaixo do prédio.
Na terça, a Casa Branca disse ter confirmado o relato de Tel Aviv. O Hamas e o hospital, que é gerido pelo grupo, afirma que isso é propaganda do Estado judeu. O ônus de provar a acusação está agora com os militares israelenses. Segundo relatos da imprensa em Tel Aviv, cinco membros do Hamas teriam sido mortos no começo da ação, mas não há confirmação independente.

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