Ajuda de assessores de Lula foi fundamental para Sergio Massa

Um grupo de marqueteiros que fez campanhas de Lula e do PT nos últimos anos foi para Buenos Aires depois das prévias na Argentina e tem acompanhado Massa desde então

Por Agência Estado

Argentine Economy Minister and presidential candidate for the Union por la Patria party, Sergio Massa, speaks to his supporters outside his party headquarters in Buenos Aires on October 22, 2023, after the first results of the presidential election. - Argentina's Economy Minister Sergio Massa and anti-establishment outsider Javier Milei will face off in a run-off presidential election, according to partial poll results released. (Photo by JUAN MABROMATA / AFP) Candidatura de Massa tem o apoio total do atual presidente brasileiro
Jornalistas do canal argentino C5N, mesmo que ironizou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao vivo no domingo, disse que a ajuda de assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi "fundamental" para que o candidato governista, Sergio Massa, ficasse em primeiro lugar na votação e fosse para o segundo turno das eleições na Argentina.
"Parece que foram fundamentais nessa etapa os assessores de Lula, que entenderam o fenômeno Milei porque haviam entendido o fenômeno Bolsonaro. E como entrar no fenômeno Javier Milei? Não é por meio da discussão de ele estar louco ou não, mas sim pelas suas ideias", disseram os jornalistas de um noticiário do canal sobre as eleições.
Um grupo de marqueteiros que fez campanhas de Lula e do PT nos últimos anos foi para Buenos Aires depois das prévias na Argentina e tem acompanhado Massa desde então. Entre essas prévias e o primeiro turno das eleições, o candidato do governo saiu do terceiro para o primeiro lugar, ficando, neste domingo, mais de 6 pontos porcentuais na frente do rival Milei.
O C5N é o canal de notícias mais visto da Argentina. No programa de domingo, a bancada disse que Lula está "obcecado" com o país e que, junto de outros líderes de esquerda, está "fazendo o impossível para ajudar positivamente".
Eles também relembraram uma exortação que Lula teria feito a Massa, quando o ministro da Economia argentino veio ao Brasil. "Você tem que ganhar as eleições. Pare de contar dólares e vá ganhar as eleições", teria dito o petista. Ele é bastante próximo do atual presidente da Argentina, Alberto Fernández, com quem teve vários encontros nos primeiros meses do mandato.
Milei é opositor declarado de Lula, a quem já chamou de "ladrão", "comunista" e "presidiário". Além disso, tem o endosso e o apoio do clã Bolsonaro. O ex-presidente e o libertário argentino fizeram vídeos pedindo voto um para o outro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, foi pessoalmente à Argentina acompanhar a apuração correligionário.
Além da questão ideológica, pesa a promessa feita por Milei de cortar relações comerciais com o Brasil, caso seja eleito. "Não só não farei negócios com a China, como não farei negócios com nenhum comunista. Sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia. Os comunistas não se enquadram nisso, nem os chineses, nem Putin, nem Lula", disse o libertário em setembro.
Um dos gestos mais fortes feito pelo governo brasileiro a favor de Massa foi intervir na liberação de um empréstimo bilionário para a Argentina por meio do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). O país atravessa forte instabilidade econômica e Massa é o atual ministro da Economia. Por causa desse episódio, Milei acusou Lula de minar sua candidatura.
Nesta segunda, ministros do governo Lula parabenizaram Massa pelo resultado no primeiro turno das eleições e pediram votos para ele. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, não comentou especificamente o resultado, mas disse que acompanha o pleito "com interesse por causa do Mercosul".