'Não há sacos para cadáveres suficientes', diz ONU sobre situação em Gaza

As autoridades de Gaza fazem apelo para auxilio médio, pois profissionais estão sendo mortos por investidas de Israel

Por Agência Estado

Bodies of people killed in the attack by Gaza-based Hamas militants on southern Israel await identification outside the National Center for Forensic Medicine in Tel Aviv on October 16, 2023. (Photo by AHMAD GHARABLI / AFP)
A Agência da ONU de Assistência e Trabalho para Refugiados da Palestina fez um alerta nesta segunda-feira (16) de que não há sacos para cadáveres suficientes para os mortos em Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde palestino, 2.329 pessoas morreram no enclave durante os nove dias de conflito - uma média de 259 por dia, ou 11 por hora. 

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No domingo (15) o Washington Post relatou que há corpos se acumulando do lado de fora dos hospitais e que médicos estão transferindo pacientes para o chão, à medida que novas vítimas chegam para atendimento. As autoridades de Gaza emitiram um "apelo urgente" aos países para que enviem delegações médicas para ajudar a tratar os feridos, afirmando que os profissionais da saúde em Gaza estão entre os que foram mortos, feridos ou deslocados para outras regiões, seguindo a ordem de Israel.

O alerta da falta de sacos de cadáveres surge em um momento em que Gaza sofre com a escassez de suprimentos básicos, inclusive água potável, devido a um cerco de Israel à região imposto desde o dia 9 de outubro. A agência da ONU afirmou que foi encontrada água para vender em algumas lojas locais, mas o racionamento ainda se limita a um litro de água por pessoa por dia.

"Como último recurso, as pessoas estão consumindo água salgada proveniente de poços agrícolas, o que suscita sérias preocupações quanto à propagação de doenças transmitidas pela água", diz a nota.

No domingo (15) havia escassos fornecimentos de alimentos, combustível, água e eletricidade em Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, e as ligações telefônicas e de internet eram intermitentes devido ao colapso de infraestruturas críticas.

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"Me sinto humilhada e envergonhada. Não temos muitas roupas, a maioria delas está suja e não há água para lavá-las. Não há eletricidade, nem água, nem internet. Sinto que estou perdendo minha humanidade", disse Mona Abdel Hamid, que se refugiou com familiares em Rafah, mas depois foi "convidada" a casas de pessoas que não conhece.

Israel indicou, no domingo, que restauraria o abastecimento de água no sul da Faixa de Gaza. Embora o serviço tenha sido normalizado no município de Bani Suheila, não se sabe se o mesmo ocorreu em outras localidades da região. Nesta segunda-feira, porém, o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, afirmou que Israel não bombeou "nem um litro de água potável" para o enclave.