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Daniel Noboa derrota esquerda e é eleito presidente do Equador
Com 95% das urnas apuradas, ele contabilizou 52% dos votos válidos, contra 48% de Luisa
Aos 35 anos, o empresário e ex-deputado de centro-direita Daniel Noboa realizou o sonho de seu pai e se tornou o presidente mais jovem da história do Equador. Após uma das campanhas mais conturbadas do país, com eleições antecipadas e um presidenciável assassinado, o liberal venceu o segundo turno neste domingo (15).
Com 95% das urnas apuradas, ele contabilizou 52% dos votos válidos, contra 48% de Luisa González, candidata de esquerda ligada ao ex-presidente Rafael Correa, que comandou a nação por uma década de 2007 a 2017 e hoje está asilado na Bélgica após ser condenado por corrupção, se dizendo perseguido.
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"Hoje encerramos o capítulo da campanha e amanhã começamos a trabalhar pelo novo Equador", comemorou Noboa em um discurso frio de pouco mais de um minuto, acrescentando que vai anunciar sua equipe em breve. "Quero agradecer a todas as pessoas que têm sido parte de um projeto político novo, jovem, improvável, cujo fim era devolver o sorriso, a paz, a educação e o emprego ao país."
Já Luisa reconheceu rapidamente a derrota, disse que ligaria ao adversário para dar os parabéns e deixou uma mensagem de unidade. "Pode contar com os nossos votos na Assembleia para as reformas legais, de segurança, saúde, educação, para o que precisar. Desde que não envolva a privatização de nossos recursos nem a precarização da saúde, do emprego ou da educação", disse.
O presidente eleito é filho do "magnata das bananas" Álvaro Noboa, empresário e político que já concorreu ao cargo cinco vezes, três delas contra Correa. Ele herdou do pai ao menos duas empresas em paraíso fiscal, o que é proibido pela lei equatoriana, mas isso não o impediu de competir.
Este será o terceiro governo seguido de direita ou centro-direita no Equador, depois dos dez anos de correísmo. Antes vieram Lenín Moreno (2017-2021) - que foi vice de Correa, porém rompeu a relação logo após chegar à presidência - e o atual presidente e ex-banqueiro Guillermo Lasso.
Lasso não conseguiu governar sem o apoio da força de esquerda na Assembleia Legislativa e foi alvo de dois processos de impeachment. Para evitar o último deles, em maio, decretou a chamada "morte cruzada", dissolveu a Casa e convocou estas eleições antecipadas, organizadas às pressas.
Noboa, portanto, só governará por cerca de um ano e meio, até 2025. Ele deve assumir na primeira semana de dezembro, mas ainda não há uma data confirmada. É um tempo considerado curto para lidar com a séria crise de segurança enfrentada nas ruas e prisões do país, que culminou no assassinato do presidenciável Fernando Villavicencio 11 dias antes do primeiro turno, em agosto.