Otan diz que munição para a Ucrânia está acabando

Presidente dos EUA, Joe Biden fez uma teleconferência com os principais líderes mundiais para reforçar o apoio a Zelensky

Por Folhapress

Zelensky diz ter recebido o equivalente a R$ 500 bilhões em ajuda militar direta até o fim de julho
A Otan alertou nesta terça-feira (3) que os estoques de munição usados pela aliança ocidental para manter o esforço de guerra da Ucrânia contra a Rússia estão acabando. "O fundo do barril já está visível", afirmou o almirante holandês Rob Bauer, mais alta autoridade militar do grupo.
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Ele disse, em discurso no Fórum de Segurança de Varsóvia, que os governos de países integrantes da Otan precisam "elevar a produção muito mais rapidamente", e que o ritmo atual reflete os anos de relativa paz do pós-Guerra Fria.
Hoje, analistas estimam que quase a totalidade dos disparos de artilharia feitos por Kiev contra os invasores russos são de origem ocidental, dado que os estoques de material soviético da Ucrânia foram quase todos empregados desde o começo da invasão, em fevereiro de 2022.
Os Estados Unidos dizem ter enviado dois milhões de obuses de 155 mm, o padrão usado pela Otan, para o governo de Volodimir Zelensky. O Reino Unido, outro integrante central da Otan, afirmou ter doado 300 mil até aqui.
Por motivos de segurança nacional, ninguém divulga exatamente seu arsenal disponível, mas a fala de Bauer vai ao encontro de pedidos por mais produção bélica, principalmente nos países europeus com tal capacidade na aliança - que reúne 29 nações do continente, além de Canadá e EUA.
A meta de gasto militar da aliança é de 2%, mas em 2022 apenas seis de seus membros ultrapassavam esse nível. O dado deverá mudar neste ano, com os crescentes anúncios de investimentos militares devido à percepção de risco provocada pela guerra - que levou a Finlândia, já aceita na Otan, e a Suécia, ainda na fila, a abandonarem posições históricas de neutralidade.
A Ucrânia diz ter recebido o equivalente a R$ 500 bilhões em ajuda militar direta até o fim de julho. Segundo contas do Instituto para Economia Internacional de Kiel (Alemanha), os EUA lideram essa ajuda com R$ 370 bilhões.
Na terça, o presidente norte-americano Joe Biden fez uma teleconferência com os líderes da França, Reino Unido, Alemanha, Romênia, Polônia, Japão, Itália, Canadá, Otan, Comissão Europeia e Conselho Europeu para reforçar a necessidade de continuação dos esforços para apoiar Zelensky.
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Foi uma sinalização de suporte à Ucrânia, assim como a dada pela União Europeia na véspera, quando seus chanceleres se reuniram com o presidente ucraniano e figuras de seu governo em Kiev. O temor, no caso americano, é que a chegada da campanha eleitoral para a Casa Branca dificulte ainda mais a aprovação de auxílios adicionais.