Promotora da Geórgia pede proteção do júri que aprovou denúncia contra Trump

O júri decidiu no mês passado que Trump deveria ser acusado pela tentativa de reverter irregularmente a derrota para Joe Biden na Geórgia

Por Agência Estado

A própria Willis, uma mulher negra, também foi atingida pelo vazamento de dados pessoais acompanhados de comentários racistas ATLANTA, GEORGIA - AUGUST 14: Fulton County District Attorney Fani Willis speaks during a news conference at the Fulton County Government building on August 14, 2023 in Atlanta, Georgia. A grand jury today handed up an indictment naming former President Donald Trump and his Republican allies over an alleged attempt to overturn the 2020 election results in the state. Joe Raedle/Getty Images/AFP (Photo by JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
A promotora Fani Willis, da Geórgia (EUA), pediu proteção para membros do júri que aprovaram uma acusação formal contra o ex-presidente Donald Trump envolvendo as eleições norte-americanas. O júri decidiu no mês passado que Trump deveria ser acusado pela tentativa de reverter irregularmente a derrota para Joe Biden na Geórgia.
De acordo com a promotoria, eles tiveram dados expostos na internet e foram ameaçados. No pedido de proteção, Willis afirma que as informações sobre o júri foram postadas com o objetivo de "perseguir e intimidar". Ainda de acordo com o documento, a própria Willis, uma mulher negra, também foi atingida pelo vazamento de dados pessoais acompanhados de comentários racistas.

Na Geórgia, onde os procedimentos dos tribunais costumam ser filmados, a orientação é para que as imagens dos membros do júri não sejam divulgadas. No entanto, os nomes podem constar no inquérito para que os réus tenham a oportunidade de contestar a composição se acharem necessário.

Por isso, os nomes das 23 pessoas que ouviram o caso apresentado pela promotora Fani Willis e aprovaram as denúncias foram incluídos no processo. Desde então, eles têm sido vítimas de intimidação. Publicações na dark web expõem informações pessoais e incitam a violência em um site hospedado na Rússia, que é conhecido pelas autoridades locais por "não cooperar" com a polícia. Na petição, a promotora Fani Willis pede ao juiz que proíba a divulgação de imagens e qualquer tipo de informação que possa identificar os jurados.

No mês passado, Donald Trump e 18 aliados foram formalmente acusados por 41 crimes pela tentativa de reverter a derrota na Geórgia, reduto republicano onde Biden foi o primeiro democrata eleito desde Bill Clinton. A lista inclui violações da chamada lei Rico (sigla em inglês para Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act, equivalente a uma lei contra organizações criminosas).

Com isso, o líder republicano virou réu pela quarta vez. Trump também responde pelos documentos secretos encontrados na mansão de Mar-a-Lago, Flórida, por um suposto suborno à atriz pornô Stormy Daniels e por outra acusação que envolve as eleições de 2020, decorrente de um inquérito federal que correu em paralelo com a investigação na Geórgia. O líder republicano tem negado constantemente as acusações e afirma que é vítima de uma perseguição política.

No ano que vem, Trump deve se dividir entre julgamentos e atividades de campanha durante as prévias republicanas. Apesar dos problemas com a Justiça, o ex-presidente lidera as pesquisas de intenção de voto no partido. Se a tendência for confirmada, ele deve enfrentar Joe Biden em uma repetição da última disputa.