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Assembleia-Geral da ONU

- Publicada em 20 de Setembro de 2023 às 13:23

Reunião com Zelenski será sobre 'os problemas que ele quer conversar comigo', diz Lula

Lula discursou durante a abertura do Debate Geral da 78º Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas

Lula discursou durante a abertura do Debate Geral da 78º Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas


Ricardo Stuckert / PR / Divulgação / JC
O presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT) afirmou que vai conversar nesta quarta (20) com seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, "sobre os problemas que ele quer conversar comigo". Questionado por jornalistas sobre as expectativas para o encontro, o petista respondeu que "é uma conversa de dois presidentes de países, cada um com seus problemas, suas visões".
O presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT) afirmou que vai conversar nesta quarta (20) com seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, "sobre os problemas que ele quer conversar comigo". Questionado por jornalistas sobre as expectativas para o encontro, o petista respondeu que "é uma conversa de dois presidentes de países, cada um com seus problemas, suas visões".
Lula deve manter na reunião a proposta que vem defendendo de criação de um "clube da paz", um grupo de cinco países sem interesse direto no conflito entre Rússia e Ucrânia para mediarem uma solução pacífica.
O presidente falou rapidamente com jornalistas ao voltar para o hotel após um jantar oferecido pelo embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Sergio Danese, em Nova York (EUA). O mandatário está na cidade para participar da Assembleia-Geral da ONU. No evento, ele encontrou com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o presidente, o pedido de uma reunião bilateral partiu de Zelenski. O Brasil aceitou a solicitação e ofereceu dois horários. A reunião está prevista para ocorrer por volta das 17h (horário de Brasília) no hotel em que o brasileiro está hospedado.
O encontro se dá após um rumoroso desencontro entre os líderes durante a cúpula do G7 em Hiroshima, em maio, evento de que ambos participavam na condição de convidados. O governo brasileiro afirmou que havia oferecido três horários a Zelenski na ocasião, e que este "simplesmente não apareceu". Fontes do Planalto minimizaram a importância de Lula não ter se reunido com Zelenski à época.
Depois, em uma entrevista em Kiev a veículos de imprensa da América Latina, o presidente ucraniano deu versão distinta, dizendo que a culpa pelo episódio não tinha sido de sua equipe. Durante a conversa, ele também alfinetou o petista pela falta de apoio para a criação de um tribunal especial internacional que julgue crimes de agressão na guerra e disse, de forma irônica, que o líder brasileiro quer ser "original" em suas propostas.
Ainda na conversa com jornalistas, Lula enfatizou a reunião com o presidente americano Joe Biden, que ocorre nesta quarta antes da bilateral com Zelenski. "É a primeira vez em 500 e tantos anos de existência do Brasil que você senta com um Presidente da República americana em igualdade de condições para discutir um problema crônico", afirmou.
A pauta do encontro é o trabalho decente no século XXI. Os dois presidentes vão apresentar uma iniciativa conjunta entre Brasil e Estados Unidos após a reunião. "Vamos ver se apontamos para a sociedade, e sobretudo para a juventude, uma alternativa", disse. Questionado se gostou do discurso feito na manhã desta terça, o presidente respondeu: "Gostei, fui eu que fiz".
Além de Biden e Zelenski, Lula se encontra nesta quarta com o presidente da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e com o presidente do Paraguai, Santiago Peña.
Ele volta para Brasília à noite. Anteriormente, a previsão era que o petista deixaria os Estados Unidos na quinta de manhã, mas a volta foi antecipada.
Em seu discurso nesta terça, o petista retomou temas que já perpassaram seus discursos, como combate à desigualdade e à fome. No entanto, ele foi mais incisivo em suas críticas ao sistema internacional, e cobrou os demais países para agir.
"É preciso, antes de tudo, vencer a resignação que nos faz aceitar tamanha injustiça como fenômeno natural. Para vencer a desigualdade, falta vontade política daqueles que governam o mundo", afirmou.
Um dos alvos da crítica de Lula foi o Fundo Monetário Internacional (FMI). O presidente apontou que a instituição emprestou no ano passado US$ 160 bilhões a países europeus e apenas US$ 34 bilhões para africanos.
Lula atacou a representação desigual do fundo e do Banco Mundial, em que países que contribuem com mais recursos têm maior peso de voto. Para Lula, isso é "inaceitável".