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México

- Publicada em 07 de Setembro de 2023 às 20:03

Suprema Corte do México descriminaliza aborto em todo o país

Nenhuma mulher ou grávida, nem qualquer profissional de saúde poderá ser punido por um aborto

Nenhuma mulher ou grávida, nem qualquer profissional de saúde poderá ser punido por um aborto


ULISES RUIZ/AFP/JC
Em uma decisão que encerra as batalhas judiciais travadas pelos Estados, a mais alta corte do México descriminalizou o aborto, nesta quarta-feira (6). O tribunal anunciou que reconhece o direito constitucional ao aborto legal, seguro e gratuito nos estágios iniciais da gravidez, na "vanguarda da garantia de direitos reprodutivos no mundo".
Em uma decisão que encerra as batalhas judiciais travadas pelos Estados, a mais alta corte do México descriminalizou o aborto, nesta quarta-feira (6). O tribunal anunciou que reconhece o direito constitucional ao aborto legal, seguro e gratuito nos estágios iniciais da gravidez, na "vanguarda da garantia de direitos reprodutivos no mundo".
A interrupção da gravidez já era permitida em partes do país, como na capital, Cidade do México, que foi a primeira jurisdição mexicana a descriminalizar a prática, 15 anos atrás. A tendência avançou há dois anos, quando a Suprema Corte decidiu que punir o aborto seria inconstitucional, ao revogar, por unanimidade, uma lei do Estado de Coahuila, na fronteira com o Texas, que considerava com crime o ato de abortar.
Desde então, as disputas judiciais se intensificaram. Na semana passada, Aguascalientes, localizado no centro do México, se tornou o 12º Estado a descriminalizar o procedimento. Como efeito prático da decisão, o trecho do Código Penal que criminalizava o aborto perde efeito.
"Nenhuma mulher ou grávida, nem qualquer profissional de saúde poderá ser punido por um aborto", afirmou em nota o Grupo de Informação para a Reprodução Escolhida (Gire), organização que defende o direito ao aborto legal no país. Mais de 80% dos 130 milhões de mexicanos são católicos, o que tornou a decisão dos magistrados histórica.
Outros países da América Latina têm avançado para suspender as restrições ao aborto. O movimento conhecido como "onda verde" ganhou força na Argentina, que legalizou o procedimento em 2020. No ano passado, o mesmo aconteceu na Colômbia, que se tornou o sexto país da região a flexibilizar o procedimento. Cuba, Guiana e Uruguai caminharam na mesma direção.
Tal movimento vai na contramão dos Estados Unidos, onde a Supre Corte reverteu, no ano passado, a jurisprudência histórica que garantia o acesso ao aborto legal no país, e deixou a decisão final sobre o tema para os Estados.